Mesmo inseguros com a economia, lojistas de Belo Horizonte devem manter ou aumentar pedidos

 
Até agora, as principais datas comemorativas para o varejo deixaram a desejar em 2016. Entretanto, o mau desempenho nos eventos anteriores, motivado pela alta inflação e o elevado índice de desemprego, não tirou as esperanças dos empresários para aquele que é considerado o melhor período de vendas do setor: o Natal. Mesmo ainda inseguros quanto à economia do País, os comerciantes de Belo Horizonte já se movimentam junto aos fornecedores para formar o estoque de fim de ano e estar prontos para atender à demanda dos consumidores. Aumentar o volume de pedidos será para poucos, mas a maior parte pretende ao menos equipará-los às encomendas de 2015.
 
A proprietária da loja especializada em moda festa feminina Vida Nua, Imperatriz Porto, é uma das exceções e conta que já está ampliando o estoque de suas três unidades, situadas no Centro, Barro Preto e bairro Guarani, para o Natal. A ideia é aproveitar as festas de fim de ano para aquecer as vendas. A empresária não precisou quanto será o incremento em novos produtos, mas adiantou que será maior do que no ano passado. “A gente já está abastecendo para o Natal. Vamos aumentar consideravelmente o nosso estoque porque, neste ano, a gente ficou um tempo maior sem comprar, então agora vamos comprar mais”, disse Imperatriz.
 
Otimista com a recente mudança de governo no País, a empresária espera um Natal mais rentável em 2016. Imperatriz já contratou três funcionárias temporárias para as vendas do período e estuda a entrada de mais duas até dezembro. A aposta para atrair as consumidoras está em peças com mais brilho e em vestidos no modelo sereia. Segundo a administradora, a empresa tem conseguido boas negociações com os fornecedores, o que também é um ponto a favor para aumentar a competitividade.
 
“Esperamos vender mais do que no ano passado. A gente está preparando para isso. Estamos estocando para vender mais”, afirma.
 
Com duas lojas no centro de Belo Horizonte e uma em Ribeirão das Neves, a Total Calçados e Acessórios também se planeja para a data. O proprietário da empresa, Rafael Rocha, revela que a maior parte das encomendas para o Natal já foi feita e que ainda deve complementar o estoque com mais produtos. O volume de pedidos será igual ao de 2015, mas o empresário explica que desta vez o foco estará em itens de menor custo.
 
“Este ano priorizei os produtos mais baratos. Dei preferência para os fornecedores que já tinha, mas que ofereciam mercadorias de menor custo. Percebi que os itens mais caros não estão saindo tanto”, destaca. Rocha conta que os fornecedores têm contribuído para facilitar as negociações. Quando não consegue descontos “agressivos” com pagamentos à vista, o acordo ocorre com a ampliação no prazo para abatimento da dívida.
 
Mesmo com um quadro de funcionários mais enxuto neste ano, o empresário diz que não vai abrir mão da contratação dos temporários. “Provavelmente devemos ter uma média de mais dois funcionários por loja, assim como foi em 2015”, pontua Rocha, que espera um melhor faturamento no último mês do ano.
 
Crianças - A gerente da Ideiaz - loja de artigos para presentes localizada no Minas Shopping -, Juliana Baeta, ainda concentra os seus esforços em outra importante data para o comércio: o Dia das Crianças. A gestora explica que tem fornecedores bastante específicos e por isso não tem necessidade de se antecipar tanto para as encomendas do fim do ano.
 
Isso, no entanto, não quer dizer que a empresa não se preocupe com as vendas do Natal. Segundo Juliana, nesta época o comércio de produtos é três vezes maior do que o de um mês normal para o estabelecimento. Ela frisa, porém, que o nível de estoque será o mesmo do ano anterior. Para não ficar com mercadoria encalhada, a estratégia da empresa será oferecer itens mais baratos, com maior giro.
 
“As pessoas não deixam de dar um presente no Natal, mas agora dão um presente mais em conta. Então, a questão é focar em produtos que tenham um valor mais baixo, mas com um giro maior”, ressalta a gerente, que planeja contratar até cinco funcionários temporários e ter um crescimento de 5% nas vendas natalinas.
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas