Economia fraca derruba importação e ajuda balança

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                                    País encerra primeiro semestre com superavit comercial de US$ 2,2 bilhões

 

Demanda recua tanto por máquinas como por bens de consumo; exportação também cai, mas em ritmo menor

Depois de encerrar 2014 com o primeiro deficit em 14 anos, a balança comercial brasileira registrou neste primeiro semestre um superavit de US$ 2,222 bilhões, em meio a uma expressiva retração das importações.

Com a fraca atividade econômica doméstica e o dólar em alta, as importações do Brasil encolheram 20,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A demanda por produtos externos recuou em todas as principais categorias: máquinas e equipamentos (-21,5%), bens de consumo (-13,7%), combustíveis (-42,5%) e matérias-primas (-13,7%).

As exportações do país, por outro lado, também caíram no ano, 14,7%. Nesse caso, o desempenho reflete a forte queda dos preços das principais commodities verificada a partir do segundo semestre de 2014 e também a desaceleração econômica da maioria dos mercados compradores, como Argentina, China e União Europeia.

O valor das exportações de minério de ferro, por exemplo, despencou 49% no semestre, e o de soja em grão, 22,5%, apesar de os volumes embarcados terem aumentado no período--7,1% e 1,4% respectivamente.

A queda da demanda do Mercosul, especialmente da Argentina, preocupa porque o bloco é o principal consumidor dos produtos industrializados brasileiros. Não por acaso, as exportações de automóveis caíram 6,6% no semestre e as de autopeças recuaram 9,5%.

Na semana passada, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que o país deve fechar o ano com um superavit comercial de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões.

A projeção é mais otimista do que as estimativas do mercado, que apontam para um superavit de US$ 4 bilhões, segundo o mais recente levantamento feito pelo Banco Central. É consenso, no entanto, que a recuperação do saldo comercial vai contribuir para reduzir a demanda do país por capital externo no ano --ainda que à custa da perda do dinamismo da economia.

US$ 4,5 BI EM JUNHO

Em junho, a balança comercial teve o maior saldo do ano, de US$ 4,527 bilhões, como resultado da retração contínua das importações e também de uma melhora no desempenho das exportações.

No mês, as vendas externas somaram US$ 19,628 bilhões, maior valor do ano. O resultado ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (-8,7%), mas a diferença diminuiu --em maio, as exportações encolheram 15% na comparação com maio de 2014.

EXPORTAÇÃO ARTIFICIAL

O fluxo no mês foi alavancado pela exportação "artificial" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 690 milhões. Trata-se de operação legal, mas estritamente contábil, em que uma empresa, para obter vantagens fiscais, registra a exportação da plataforma, mas o equipamento permanece no país.

Também houve crescimento nas exportações de produtos como carne de frango (6,3%), automóveis (46%), aviões (51,4%) e minério de cobre (39%).



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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