A desaceleração no ritmo de alta do grupo Alimentação na segunda leitura do IPC da Fipe de dezembro na capital paulista foi uma "surpresa boa", embora o nível dos preços ainda esteja elevado. A avaliação foi feita ontem pelo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, André Chagas, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo ele, o arrefecimento do grupo, de 1,42% na primeira medição para 0,95% na segunda, é o grande responsável pela redução na previsão para o IPC fechado de dezembro, que passou de 0,47% para 0,44%.
"É o principal ponto que nos forçou a incorporar uma revisão maior para o fechamento do mês. Há sinais de comportamento mais contido nos preços dos alimentos", disse, completando que a projeção para o IPC de 2014 permanece em 5,32%.
Além de ter desacelerado ante a primeira leitura, a alta de 0,95% apurada na segunda quadrissemana veio menor que a expectativa da Fipe de 1,16%. Por isso, Chagas também diminuiu a projeção para o grupo de alimentos, de 0,98% para 0,71%. "Ainda não dá para dizer que a taxa da segunda leitura é baixa (0,95%). É o principal motivo para explicar nosso erro na previsão para Alimentação. Houve desaceleração quase generalizada dos alimentos", explicou.
Segundo Chagas, há sinais de acomodação da inflação de alimentos após aceleração recente. Para ele, no geral, o espaço para novos aumentos nos preços dos alimentos está se esgotando. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI