Black Friday brasileira dá descontos de 21%

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Pesquisa revela que lojas virtuais reduziram preços durante liquidação que, nas edições anteriores, foi alvo de denúncia por falsos descontos

 

 



Depois de virar alvo de denúncias de falsos descontos nos últimos anos e ganhar a fama de vender "tudo pela metade do dobro", a Black Friday brasileira, que ocorreu no mês passado, realmente ofereceu descontos nas lojas de comércio eletrônico. A Black Friday é a megaliquidação que copia a evento do varejo americano para antecipar o faturamento do Natal.

No dia da megaliquidação, sexta-feira 28 de novembro, houve uma redução média de preços de 21% de itens de linha branca, áudio, TV, informática, telefonia, aparelhos de ar condicionado e artigos de cine e foto. O porcentual de corte foi superior ao registrado entre os dias que antecederam o evento, entre 6 e 27 de novembro (véspera da Black Friday). Nesse período, a queda média de preços tinha sido de 8,4%.

Nos cinco dias que sucederam o evento, entre 29 de novembro e 4 de dezembro, os descontos médios continuaram, porém foram reduzidos para 12,2%.

"O varejo amadureceu e, neste ano, de fato houve Black Friday nesses segmentos do varejo eletrônico", afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do conselho do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) e responsável pela pesquisa feita em parceria com o Provar, Academia de Varejo e Iconna, que constatou esses resultados. Em edições anteriores, Felisoni foi responsável por uma das pesquisas polêmicas que apontou que os preços subiram na Black Friday brasileira.

Neste ano, além do amadurecimento do varejo, ele aponta o enfraquecimento das vendas como outro fator que fez com que as empresas ampliassem o número de itens ofertados com descontos.

Durante 25 dias, entre 5 de novembro e 4 de dezembro, foram monitorados os preços de quase 11 mil produtos em dez lojas virtuais. O levantamento foi coordenado pelos especialistas em varejo Nuno Fuoto (Provar), Marcelo Figueira Jr. (Provar), Marcelo Matei (Iconna) e Patrícia Coti (Academia de Varejo). A intenção foi acompanhar as informações sobre o movimento dos preços e a disponibilidade dos itens antes, durante e depois da megaliquidação.

Oferta. Além de os preços terem recuado significativamente no dia da Black Friday, a pesquisa mostra também que a oferta de produtos aumentou no dia do evento. Na sexta-feira 28, a pesquisa constatou que 76% dos produtos anunciados nas lojas virtuais estavam disponíveis para compra, um avanço de 11 pontos porcentuais em relação à véspera do evento, quando a disponibilidade de produtos estava em 65%.

Logo após o evento, no dia 29 de novembro, o índice de disponibilidade de produtos caiu para 42%, um recuo de 34 pontos. "Isso mostra o sucesso da iniciativa e indica que o evento foi verdadeiro não só no quesito redução de preços, mas também na disponibilidade de produtos ", diz Felisoni. Em edições passadas, além dos falsos descontos, outra queixa do consumidor foi a indisponibilidade de itens.

Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a disponibilidade de produtos ofertados com descontos antes, durante e depois do evento. Entre os dias 6 e 27 de novembro, antes da Black Friday, em média 7,2% dos produtos disponíveis para compras nos dez sites acompanhados tinham preços reduzidos. Felisoni destaca que no dia da Black Friday essa fatia subiu para 20% e após o evento, entre os dias 29 de novembro e 4 de dezembro, recuou para 9,8%.

Em contrapartida, a parcela de itens disponíveis que tiveram seus preços majorados recuou no dia do evento. Antes da Black Friday, em média 6,7% dos itens ofertados tiveram alta de preço e no dia 28 de novembro essa fatia caiu para 4,7%, subindo para 9,4% após o evento.



Veículo: O Estado de S. Paulo


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