Faturamento do setor atacadista cai 3,9%

Leia em 2min 40s

Na melhor das hipóteses, empresas instaladas em Minas deverão fechar o ano sem crescimento, prevê a Ademig



O setor atacadista distribuidor acumula prejuízos com a desaceleração da economia. No Brasil, segundo pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o segmento amarga perdas de faturamento. Em agosto, houve retração de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013. Em Minas Gerais, a situação não é diferente. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Geraldo Caixeta, as empresas instaladas no Estado não devem crescer em 2014.

"Vamos fechar o ano no máximo com resultado semelhante ao do ano passado. Isso se não houver retração", afirmou. Não foram disponibilizados dados regionais. No entanto, segundo Caixeta, o comportamento do setor atacadista em Minas repete o que vem ocorrendo no país. "Na verdade, estamos piores que o resto do Brasil", disse.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o crescimento do segmento no Brasil foi de apenas 0,58% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram apurados pela Fundação Instituto de Administração (FIA), com um conjunto de empresas que fornece números preliminares sobre o desempenho do setor.

"Hoje o atacado mineiro sofre ainda mais que no restante do país porque temos uma tributação muito alta e não há uma política de incentivos. Sofremos muito com a guerra fiscal e perdemos a competitividade em relação a outros estados", ressaltou Caixeta.

Além disso, o atual cenário econômico causa impactos diretos no varejo e, conseqüentemente, no setor atacadista. E com a economia estagnada, juros altos e picos inflacionários, não há muito tempo para reverter essa situação neste ano.

A Abad iniciou 2014 com a previsão de crescimento de 3,5%. Em agosto, depois do efeito Copa do Mundo, foi reduzida para 2,5%. Agora, a expectativa do setor é crescer algo entre 1,5% e 2%. "Não sei dizer quanto, mas o atacado mineiro diminuiu sua participação no mercado nacional. Não temos como competir internamente e muitas empresas de fora estão atuando aqui. Nós não vamos crescer", pontuou.

Previsão para 2015 - Além disso, para o vice-presidente da Ademig, é provável que 2015 seja ainda pior. "Todos concordam que o ano que vem será um ano de ajustes econômicos e, seja quem for o presidente eleito, não há como fugir desse cenário. Mas sou otimista, acredito que virão mudanças pela frente e a tendência é as coisas melhorarem", ressaltou. Conforme a Abad, a previsão de crescimento do setor atacadista distribuidor para o próximo ano é de 2%.

Apesar das perspectivas pouco animadoras, a Abad aposta na capacidade do setor de superar situações adversas. " o momento de rever estratégias e redobrar esforços para atingir as metas, ainda que sejam modestas. E um dos caminhos é buscar ganhos de produtividade e eficiência. Sabemos que o setor tem importante papel no abastecimento das famílias de todo o país e é fundamental manter o consumo em patamares capazes de dinamizar a nossa economia", afirmou, em nota, o presidente da Abad, José do Egito.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Preços em São Paulo registram leve aceleração em outubro

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, r...

Veja mais
Prévia do IPCA de outubro deve mostrar desaceleração

Depois da surpresa com a inflação em setembro, que superou o teto das expectativas, os economistas esperam...

Veja mais
Preço da soja não deve mais sofrer quedas significativas

Supersafra dos EUA está precificada, e dólar em alta melhora rentabilidade Desde a projeção...

Veja mais
Vendas do varejo caem na 1ª quinzena

As vendas do comércio varejista na cidade de São Paulo na primeira quinzena deste mês ficaram, em m&...

Veja mais
ACSP: vendas no varejo avançam na 1ª quinzena de outubro

As vendas no varejo avançaram na primeira quinzena de outubro no Estado de São Paulo, na comparaç&a...

Veja mais
Ceará: Confiança cresce e 52,1% dos consumidores pretendem ir às compras

O valor médio das compras estimado pelos consumidores para este mês é de R$ 315,70 Na contram&atild...

Veja mais
Atacadistas cresceram 0,58% no acumulado do ano, diz Abad

A maior procura pelo segmento atacadista para o abastecimento da despensa não ajudou o setor a segurar os seus ga...

Veja mais
Inflação agropecuária no atacado sobe menos, diz FGV

A inflação do setor agropecuário desacelerou no atacado. Os preços subiram 0,03% no âm...

Veja mais
Serasa: calote do consumidor sobe 19,6%

A porcentagem de brasileiros inadimplentes em setembro deste ano é 19,6% maior do que no mesmo mês de 2013,...

Veja mais