Negócios deverão superar os resultados obtidos no ano passado
Apesar de cautelosos, os empresários do varejo de Belo Horizonte estão otimistas com as vendas do Dia das Crianças, no próximo dia 12 de outubro. Pesquisas de entidades representativas do setor no Estado e na capital mineira indicam que os negócios deverão superar os níveis alcançados na mesma época do ano passado.
A diferença neste exercício estará na quantidade e nos preços dos presentes, que não deverão ultrapassar a casa dos R$ 100. Entre os itens que mais deverão ser procurados estão os tradicionais brinquedos, além de roupas e calçados.
A justificativa para a diferenciação no que se refere ao perfil das vendas para esta que funciona como um "termômetro" para o Natal, considerada a principal data em termos de comercialização para o setor, está no atual cenário econômico.
Fatores como a alta dos juros, aumento da inflação, corrosão do poder de compra das pessoas e crescimento da inadimplência farão com que os pais optem pelas chamadas "lembranças" na hora de presentear os filhos, ou aproveitem para comprar itens do vestuário.
Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) com lojistas da Capital apontou que os empresários estão otimistas, mas cautelosos com a data. A maioria (43,02%) espera vendas iguais às de 2013. Os que esperam melhor desempenho totalizam 37,21% dos entrevistados e 19,77% acham que o resultado será inferior em relação ao ano passado.
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Tíquetes - Outra questão revelada pelo estudo diz respeito ao tíquete médio esperado para o período. Conforme o levantamento, 56,82% dos entrevistados acreditam que as vendas não ultrapassarão R$ 100. Outros 26,14% apostam em valores entre R$ 100,01 e R$ 150, enquanto 9,09% acreditam na faixa de R$ 150,01 a R$ 200, 3,41% de R$ 200,01 a R$ 300, 3,41% de R$ 300,01 a R$ 400 e acima de R$ 400 (1,14%).
Para o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, este é o retrato da atual situação do poder de compra dos brasileiros. "O tíquete médio não chega a estar menor do que o do ano passado não. Inclusive, os números indicam até um aumento desse valor sobre 2013. Mas a maioria ainda não deverá gastar mais de R$ 100, justamente pelo poder de compra que está menor, em função da combinação de fatores diversos que rondam a economia", explica.
Dessa maneira, os empresários utilizarão algumas estratégias para conseguir fisgar o consumidor: a maioria (37,68%) montará uma vitrine atrativa. As outras estratégias que serão utilizadas são: descontos (16,67%), variedade de marcas e produtos (11,59%), atendimento qualificado (10,14%), publicidade e propaganda (9,42%), promoções (5,8%), brindes (4,35%), prazo de pagamento (2,17%) e outros que incluem ação para as crianças, sessão de maquiagem e música infantil na loja (2,17%).
Além disso, brinquedo é o item que deverá apresentar melhor desempenho de acordo com 37,11% dos entrevistados ouvidos pela CDL-BH. Em seguida estão: roupas (23,71%), calçados (20,62%), jogos eletrônicos (5,15%), maquiagem (4,12%), outros que incluem acessórios, alimentos e mochilas/lancheiras (3,09%), tablets (2,06%), computadores (2,06%), jogos de tabuleiro (1,03%) e aparelho celular (1,03%).
Fecomércio confirma expectativas favoráveis
No levantamento realizado pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) sobre as vendas envolvendo o Dia das Crianças, 54,8% dos empresários consultados acreditam que os negócios vendas serão melhores e 73,9% esperam um aumento de até 20% no faturamento em relação ao ano anterior.
Conforme a analista de pesquisa da entidade Luana Oliveira, os empresários estão otimistas porque acreditam que o apelo da data e as promoções poderão atrair mais consumidores às lojas.
"É a porta de entrada para o Natal. Se as expectativas favoráveis se confirmarem será um indício de que a principal data para o comércio também será positiva. Por isso, os empresários se mostram tão animados", justifica.
Por outro lado, ela pondera que, desta vez, os empresários não estão contratando profissionais temporários para atender a demanda, fato que acontecia nos anos anteriores.
"O cenário econômico está refletindo em maior cautela por parte dos lojistas", resume. De acordo com o estudo, apenas 0,7% dos empresários contratou temporários para a data.
Para estimular o consumo, 38,5% dos lojistas apostam na diferenciação do preço, 28% pretendem investir na vitrine e 13,3%, no mix de produtos. Em seguida, a publicidade (9,1%), brindes e kits (4,9%) e crédito facilitado (2,8%) aparecem na lista de ações para incrementar as vendas. O apelo emocional da data (51,8%) e menores preços e promoções (26,8%) também são motivos que fazem os consumidores saírem para as compras.
Ainda conforme a pesquisa, os brinquedos aparecem em terceiro lugar na lista de presentes mais procurados para a data, com 24,7% das respostas. Vestuário (34,7%) e calçados (33,3%) vêm antes. Entre os fatores que podem inibir as compras na época estão: endividamento (54,2%), concorrência (24,8%) e preços altos (14,4%).
Veículo: Diário do Comércio - MG