Supermercados são os menos afetados com a alta da inflação

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Mesmo com a perspectiva de que a inflação fique pouco acima do teto da meta, na casa de 6,8% neste ano, segundo expectativa da GO Associados, as operações supermercadistas serão as menos impactadas com a alta dos preços. A explicação desse fato, segundo o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Altamiro Carvalho, está na migração de categoria e por ser uma necessidade básica para sobrevivência.



"Por mais que os preços nos supermercados venham variando bastante do ano passado para cá, o consumidor não pode deixar de comer, logo, essas operações perdem apenas um pouco do volume de suas vendas", disse. Para o economista, uma das alternativas encontradas pelo consumidor é a mudança de categoria. "Ele substitui a compra de proteína, como a carne, por legumes e vegetais. Ele não deixa de comprar, só compra em menor quantidade e produtos acessíveis ao seu bolso", concluiu.



Pesquisa



O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista (Apas) com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apresentou, em março, alta de 1,95%. A título de comparação com março de 2013, os preços naquele mês apresentaram alta de 0,60%. Esta é a maior variação para o mês de março verificado em toda a série histórica, iniciada em 1994. Na comparação mensal os preços não apresentavam alta tão expressiva desde setembro de 2012, quando houve elevação mensal de 2,01% nos preços.



No acumulado de janeiro a março - primeiro trimestre - a alta do IPS foi de 2,55% em 2014 e, no acumulado em 12 meses a alta nos preços atingiu 3,39%. Os preços dos semielaborados (carnes, cereais e leite) apresentaram alta em março de 2,36%. A alta foi impactada, diretamente, pelo aumento no preço da categoria leite (6%), diante da elevação no preço do 'longa vida' (6,4%) causada pela redução na oferta de leite, no mês de março, afetada pela estiagem prolongada. Aliado a isso, a categoria de cereais, com alta de 4,02%, também contribuiu para uma pressão de alta nos preços, diante da elevação no preço do feijão (11,62%) decorrentes da escassez do produto pela estiagem prolongada. Tradicionalmente, nos meses de março e abril, existe esse aumento, mas normalmente entre julho e agosto começa a retroagir.



Já os produtos hortifrutigranjeiros (in natura) registraram alta de 11,06%. Os legumes e verduras contribuíram positivamente para a elevação desta categoria, respectivamente com altas de 30,17% e 18,32%. Os itens com maior variação foram: tomate 86,54%, alface 18,35%, couve 23,06% e repolho 26,14%. Os tubérculos tiveram alta de 21,11%, com destaque para a elevação dos preços da batata 57,43%. Já as frutas apresentaram variação negativa de -3,51%, impactadas pelas reduções nos preços de limão em queda de 10,12%, maçã -6,64% e mamão -8,34%. Os preços dos produtos industrializados apresentaram certa estabilidade em março, registrando variação de 0,03%.



Veículo: DCI



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