Alimentos respondem por mais da metade da inflação de abril

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O aumento dos preços dos alimentos respondeu por mais da metade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país. A taxa ficou em 0,78% em abril, contra 0,73% em março. O grupo alimentação e bebidas subiu 1,84% entre 15 de março de 11 de abril, período de coleta do IPCA-15, o que corresponde a 0,45 ponto percentual do índice, mostram números divulgados nesta quinta-feira (17) pelo IBGE. Considerando a contribuição de cada item para o resultado do índice, os maiores destaques foram as carnes, com alta de 2,83%, seguida pela batata (26,96%), o leite (5,70%), o tomate (14,80%) e a gasolina (0,93%).

O IPCA-15 também ficou acima do resultado de abril do ano passado (0,53%), e é a mais alta desde os 0,88% registrados em janeiro de 2013. No acumulado dos quatro primeiro meses do ano, o índice subiu para 2,91% e, nos últimos doze meses, chegou a 6,19%, acima dos 5,90% da pesquisa anterior. Também por causa dos alimentos, o IPCA fechado do mês de março, divulgado semana passada, surprendeu os analistas com a alta de 0,92%.

O reajuste de até 5,68%, autorizado para os remédios no dia 26 de março, também se refletiu na inflação. O grupo de Saúde e Cuidados Pessoais fechou com alta de 0,69%, a segunda maior variação do IPCA-15, menor apenas do que a grupo de alimentos e bebidas.

Os números da inflação deixaram os analistas divididos sobre o próximo passo a ser dado pelo Banco Central que, há exatamente um ano, vem elevando sucessivamente a Selic, taxa básica de juros - a última alta, para 11% ao ano, ocorreu no início do mês.

Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a alta do IPCA-15 foi menor do que esperada, mas ainda assim ele mantém sua aposta de alta de juros em maio, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Isso porque, a inflação acumulada em doze meses continua subindo e "as expectativas não vão recuar de manteira significativa até lá." De acordo com o último boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, a mediana das projeções dos economistas para a inflação acumulada em 12 meses já chega a 6,47%, encostando no teto da meta do governo, de 6,5%.

O economista também argumenta que a pesquisa de mercado de trabalho, também divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira, mostra o desemprego ainda baixo e reforça a expectativa de que os preços dos serviços continuarão subindo.



Veículo: Diário de Pernambuco


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