Mercado está favorável à suinocultura

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                              Conforme a Asemg, demanda em alta e oferta restrita têm impulsionado os preços do suíno em Minas Gerais.

A demanda aquecida e a oferta restrita têm alavancado os preços do suíno em Minas Gerais. De acordo com a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), somente nesta semana, os valores pagos pelo quilo do animal vivo subiram 5,26% com o produto negociado junto aos frigoríficos a R$ 4,00 o quilo.

A demanda proveniente de outros mercados, como o de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tem feito com que os suinocultores não sofram perdas com a queda observada nas exportações estaduais, que somente nos primeiros sete meses do ano recuaram 70% em volume, quando comparadas com igual período anterior.

De acordo com o vice-presidente da Asemg, José Arnaldo Cardoso Penna, a queda significativa das exportações tem como fundamento o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, sendo o último país o principal comprador do produto mineiro.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), nos primeiros sete meses, frente a igual período do ano anterior, foi observada retração nos embarques de carne suína, cujo faturamento encolheu 82,52% somando US$ 16,7 milhões. Já o volume exportado caiu 70,56%, encerrando os primeiros sete meses com a exportação de apenas 7,71 mil toneladas.

A demanda maior proveniente dos outros estados se deve, entre outros fatores, à desvalorização do real frente ao dólar, o que torna as negociações com o exterior mais interessantes. No País, ao longo dos primeiros sete meses, foi verificada expansão de 2,6% nos volumes embarcados na comparação com o mesmo período do ano passado, com um total de 290,7 mil toneladas exportadas.

Outro fator que vem sustentando a alta observada nos preços do suíno vivo são os valores elevados das carnes bovinas. Com a situação macroeconômica do País desfavorável, alta da inflação e aumento do desemprego, muitos consumidores tiveram o poder de compra reduzido e vêm optando por proteínas de valores mais competitivos,  como carnes suína e de frango.

Reajuste - Com a demanda em alta e a oferta limitada, na última reunião entre frigoríficos e produtores ficou acertado reajuste de 5,26% nos preços do suíno vivo, que passou dos R$ 3,80 para R$ 4,00 por quilo. O aumento veio após a garantia de que os produtores abasteceriam os frigoríficos, que vinham encontrando dificuldades em preencher a escala de abate devido à oferta baixa de suínos, o que os obrigavam a buscar animais em outros estados a custos mais elevados.

Dados apurados pelo Mercominas também influenciaram na decisão de ampliar os preços pagos aos produtores, já que foi observada alta de 1,72% nos valores das carcaças no mercado varejista, o que comprova o repasse dos aumentos pagos pelo aninal vivo ao mercado final. Segundo Cardoso Penna, o Mercominas tem contribuído para uma negociação entre produtores e frigoríficos mais justa.

"Por reunir 90 produtores, 37 frigoríficos e 270 pontos de vendas de varejo, o Mercominas apura informações precisas sobre o setor. Com os dados concretos, temos condições de avaliar a situação do mercado e chegar a um acordo mais justo para toda a cadeia", explicou.

O reajuste nos preços do suíno veio em boa hora, já que os produtores trabalhavam com as margens ajustadas em decorrência do aumento dos insumos. "A desvalorização do real frente ao dólar elevou os custos da suinocultura, fazendo com que as margens ficassem ainda menores. Em Minas Gerais, os custos de produção variam entre R$ 3,40 e R$ 3,80, dependendo do local de produção. As regiões produtoras de grãos, com o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas, por exemplo, possuem custos menores que as demais", observou.

As expectativas em relação aos próximos meses são positivas. A tendência é que a oferta continue ajustada à demanda, já que as exportações estão sendo estimuladas pela atual cotação da moeda norte-americana. Além disso, os frigoríficos já estão formando estoques para atender a demanda do final de ano, que devido às festas tende a ser maior.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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