Verão influencia aumento do consumo de carne vermelha

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Churrascos de fim de semana são principais impulsionadores de vendas

 



Na contramão da venda de produtos diet e light que geralmente tem boa venda no verão devido à fácil digestão e pouca caloria, a carne vermelha tem mantido o seu destaque na preferência nacional neste início de ano. Aliás, desde o fim de 2014 cresceu cerca de 30% a procura pelo produto nos açougues e supermercados com as festas de fim de ano e churrascos de fim de semana. Com imensa variedade de tipos e cardápios para todos os gostos, a carne vermelha está presente em boa parte das compras nos estabelecimentos comerciais e os clientes alegam quase sempre o mesmo propósito: o churrasco.

Sol, praia e piscina não têm graça para esses apaixonados pela carne bovina se bem próximo não estiver uma churrasqueira acionada e com a carne sendo preparada. O brasileiro adotou o churrasco como cardápio para agregar os gostos de todos os membros da família e convidados. “Desde a segunda quinzena de dezembro que começamos a praticamente fazer churrasco todo domingo, às vezes entre a família e em outras ocasiões com convidados. Não há quem não goste de uma carninha bem feita, com cerveja ou até refrigerante. Eu opto em fazer as compras no início e meio de semana pela melhor oferta de preços e mercadoria. O gasto mensal, só com os churrasquinhos de fim de semana deve girar em torno de R$ 500. Parece caro, mas todos ajudam um pouco e no fim acabam saciados”, comenta a dona de casa Rosália Pedreira, 49, que percebeu o aumento nos produtos neste período. “Tudo subiu um pouco sim, faço pesquisa em dois supermercados e no açougue perto de casa. Existe muita variação de preço e, claro, todos querem tirar proveito desta época de boas vendas. Por isso, no supermercado as compras acontecem somente quando há promoção. Prefiro carnes como o contra-filé e uma vez ou outra levo a picanha”, comenta.

Em casa ou nas viagens e encontros de férias o churrasco é praticamente unanimidade e a carne vermelha sempre a favorita. “Uma vez na excursão fizemos carne de porco e peixe na churrasqueira e não fica legal. No dia seguinte todos fizeram vaquinha e compramos cinco quilos de carne entre cupim e miolo da alcatra. É outra coisa, agora, neste verão, quando vamos para as cachoeiras e praia já levo carne no isopor. Não há quem ao menos não prove”, comenta o torneiro mecânico Rafael Honório, 34.

VENDAS


O comerciante Pedro Paulo Dias revela que as vendas tiveram crescimento variado de 15% a 30% e o maior volume de fregueses prefere comprar sempre à véspera do evento. “Muita gente vem correndo no sábado procurando carne e nem todos os tipos estão à disposição. Saí tudo no meio de semana. A dica é evitar a compra de última hora para garantir preço e mais variedade. Entre os tipos mais vendidos estão o contrafilé, picanha, cupim e costela. Depois vem a linguiça, cortes de frango e até carne de porco. Os preços variam de R$ 9,90 a R$ 32, o quilo. Em janeiro as vendas sobem significativamente e a tendência é manter em fevereiro, com o carnaval”, frisa o gerente de um estabelecimento comercial.

PREPARO

Para o bom churrasco é fundamental ter uma boa fonte de calor para queimar a carne, por isso a churrasqueira deve ter tamanho condizente com o volume de carne a ser preparada. O carvão deve ter prioridade perante a madeira, pois não passa odor para a carne e atinge ponto de brasa facilmente, sustentando a temperatura ideal de preparo. O tempero pode ser um diferencial, o de costume é utilizar sal grosso sem excesso. “Churrasco sem sal ou salgado demais não tem graça. O mesmo vale para o tempo de preparo. Existem pessoas que gostam de carne mal passada, outras o padrão normal e há aquelas que só comem quando está bem assado, quase queimado. Fica a dica para um churrasco equilibrado, que agrade a todos os convidados. O ideal é temperar na hora de levar a carne ao fogo, evitando que absorva tempero exageradamente”, orienta o cozinheiro Wellington Diniz, 29.

Para orientação do total de carne a ser comprada, basta multiplicar 500 gramas de carne para cada pessoa presente no churrasco que a tendência é satisfazer os participantes.

RENDIMENTO

O carro-chefe do churrasco é sem dúvida a carne bovina, mas existem várias alternativas de incremento para saciar a fome e o paladar. Além da carne vermelha, tem sido comum levar legumes, queijo, frutas e pães à churrasqueira ampliando a oferta de petiscos. “Na minha casa faço abacaxi, cebola e o velho pãozinho com molho de maionese e alho. Tem ainda a farofa com banana e o vinagrete (tomate, cebola e pimentão picados com vinagre e azeite). O pão e o queijinho derretido ajudam a fazer o churrasco render, muita gente gosta para inibir a fome até o preparo da carne. É barato e complementa o almoço. Tirando as bebidas, cada fim de semana o churrasco lá de casa fica em torno de R$ 100. Vale à pena”, afirma operador de máquinas, Rogério Borges, 45.



Veículo: Site A Voz da Cidade


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