Consumo de carne suína deve crescer

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Setor espera que a Copa e festas juninas aumentem demanda em até 40% em junho

As comemorações da Copa do Mundo em Minas Gerais deverão impulsionar o consumo de carne suína neste mês. A expectativa do setor é que a demanda cresça significativamente em junho, podendo alcançar alta de até 40%, dependendo do desempenho da seleção brasileira. Com a expectativa de incremento no consumo, também é esperada recomposição dos preços do quilo do animal vivo, que no acumulado dos primeiros cinco meses do ano registrou retração próxima a 20%.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, as expectativas são de um mês mais favorável para o setor.

"Estamos otimistas e acreditando que a demanda pela carne suína será significativamente ampliada em junho. Além das temperaturas mais amenas, as comemorações da Copa do Mundo e as festas juninas serão fundamentais para movimentar o mercado e impulsionar os preços, que estão bem próximos aos custos de produção", disse.

Segundo dados da Asemg, o quilo do suíno vivo em Minas Gerais é negociado entre R$ 3,40 e R$ 3,50, dependendo da região produtora. O valor é suficiente para cobrir os custos e garantir certa rentabilidade. De janeiro a maio, o valor pago pelo quilo do suíno recuou 18,85%, saindo dos R$ 4,16 para R$ 3,50. Em relação a maio de 2013, houve valorização de 14,8%, uma vez que no período o valor médio de negociação era de R$ 3,00 por quilo.

"Os preços estão bem ajustados aos custos de produção e os suinocultores devem planejar bem as ações para evitar prejuízos".

Nas regiões que concentram a produção de grãos, como o Triângulo e Sul de Minas, o custo de produção de um quilo de suíno vivo está em torno de R$ 3,10 e o preço de venda a R$ 3,40. Já na Zona da Mata e na região Central, regiões onde a produção de grãos é pequena e os suinocultores precisam adquirir o insumo em outras localidades, o custo gira em torno de R$ 3,30. O quilo do suíno, neste caso, é comercializado, em média, a R$ 3,50.

Em relação à oferta de milho, principal insumo da atividade, a colheita da segunda safra tem favorecido o setor, já que os preços do cereal estão em queda. De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a saca de 60 quilos do produto foi negociada entre o mínimo de R$ 22 e máximo de R$ 28,50 na última semana de maio. No início do mês, o mesmo volume era vendido a R$ 30.

"Desde as últimas semanas de maio percebemos uma oferta maior do cereal no mercado e preços mais competitivos para o setor. A cotação atual é favorável para a suinocultura e também para os produtores do grão, já que estão remunerando, o que é fundamental para manter o interesse do agricultor em seguir na produção e garantir o abastecimento", disse.

Mercominas - Ainda segundo Cardoso Penna, em julho, logo após a Copa do Mundo, a Asemg pretende lançar o Programa Mercominas, que irá reunir informações seguras sobre o desenvolvimento do mercado. A ideia é fazer uma pesquisa com os suinocultores, através de amostragem, para avaliar a produção e calcular o volume que será disponibilizado para o mercado no futuro próximo.

Paralelo a isso, serão analisadas informações de mercado, como o clima, tendências das economias nacionais e internacionais, custos e consumo, por exemplo.

"Estamos ajustando os últimos detalhes do projeto e logo após a Copa do Mundo iremos lançar o projeto que irá tornar a comercialização dos suínos em Minas Gerais ainda mais profissional", disse.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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