Empresa dribla preço alto com cacau próprio

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São Paulo - A produção própria de cacau foi a alternativa encontrada pela Mendoá Chocolates para crescer no segmento premium com um diferencial. O modelo de negócio garante a competitividade da empresa mesmo com o preço do cacau em alta.

O preço da commodity, que desde o ano passado está elevado, tem sido uma das principais reclamações das fabricantes nacionais de chocolate. Embora não seja totalmente dependente de importação, o cacau usado pela indústria de chocolate é negociado em dólar e a disparada no preço da moeda estrangeira tem pesado sobre os custos das empresas.

"Hoje estamos em toda a cadeia de produção do chocolate, desde a produção do cacau até a fabricação dos nossos chocolates. Um modelo que você não encontra nas outras empresas", conta o sócio e gerente de fábrica da Mendoá Chocolates, Raimundo Mororó.

Segundo ele, o período entre a colheita do cacau e a produção do chocolate leva cerca de 25 dias. Atualmente, a empresa tem capacidade instalada para produzir 300 quilos de chocolate diariamente, mas já investe para ampliar esse volume.

"O chocolate premium é bastante promissor, mas ainda é um nicho pequeno - representa de 3% a 5% do que é consumido no País" , avalia o vice-presidente de Chocolate da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Ubiracy Fonseca.

Ele destaca que a produção nacional de chocolate premium tem apresentado menor retração quando comparada aos demais segmentos dessa indústria no País.

De acordo com a Abicab, a produção nacional de chocolates caiu 6% nos primeiros seis meses do ano ante igual período de 2014. Ao todo, foram fabricadas 231 mil toneladas do produto esse ano. A queda foi atribuída pela entidade ao avanço da inflação e da taxa de desemprego nesse ano.

"A vantagem do segmento premium é que o aumento de preço não tem tanto reflexo na demanda, já que a maior parte do público consumidor desses produtos tem maior poder aquisitivo", lembra o dirigente.

Na Mendoá. o quilo de chocolate chega às prateleiras por cerca de R$ 260, detalha o executivo da empresa.

Exportação

"Nosso plano agora é entrar em um mercado muito maior para o negócio de chocolate premium, exportando nossos produtos para outros países", revela Mororó. A Mendoá está presente hoje em 16 estados brasileiros e planeja fechar parcerias com distribuidoras e vendedores internacionais durante o Salão de Chocolate de Paris, que começa em outubro.

"Já temos contatos em Portugal e na França desde o ano passado, mas agora o objetivo é expor os produtos e ver se conseguimos fechar alguma parceria para venda efetiva."

O vice-presidente de exportação da Abicab, Romualdo Silva, destaca que o mercado europeu representa uma oportunidade interessante para as empresas do setor, mas a competitividade é maior em relação a outros mercados. "As grandes indústrias controlam o mercado europeu", diz.

Silva lembra que o câmbio, até então desfavorável para exportação, agora é um atrativo. "Hoje o preço do produto nacional ficou mais competitivo, principalmente num primeiro momento. No médio prazo, entretanto, as fabricantes devem sentir o impacto da alta no preço das matérias-primas, já que muitas são negociadas em dólar", pondera.



Veículo: Jornal DCI


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