M. Dias Branco vende menos biscoito e massa

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Responsável por mais da metade da receita da fabricante de alimentos M. Dias Branco, a categoria de biscoitos registrou a maior queda no volume de vendas da companhia no segundo trimestre. As vendas totais da empresa cearense diminuíram 2,5% em volume no período, na comparação um ano antes. Em biscoitos, o recuo foi de 5,1% e, em massas, de 1,9%.

A M. Dias Branco também vende outros produtos de menor participação no faturamento, como farinha de trigo, margarina, bolos e salgadinhos.

Segundo a companhia, dona de marcas como Adria e Isabela, seu desempenho no trimestre foi afetado pela Copa do Mundo, em junho. O vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias, Geraldo Luciano Mattos Jr., disse que o maior número de feriados prejudicou a demanda e que o evento também deve ter provocado uma migração de consumo para outras categorias. As fabricantes de amendoim, por exemplo, tinham expectativa de faturar 30% mais durante o torneio.

O impacto foi sentido ainda mais fortemente no restante da indústrias de massas e de biscoitos. Prova disso é que, apesar dos recuos no volume de vendas, a participação de mercado da M. Dias Branco aumentou nas duas categorias, na comparação anual. A empresa é líder em biscoitos, com 28% do mercado, e em massas, com 28,7%, segundo dados da Nielsen referentes ao terceiro bimestre do ano.

O mercado recuou mais acentuadamente no Nordeste, o principal mercado da M. Dias Branco. Fortaleza, Recife e Salvador, as principais capitais da região, receberam jogos da Copa. Segundo a companhia, em julho já houve uma recuperação nas vendas.

Os fortes repasses de preços no último ano também têm coibido a demanda, segundo analistas do BTG Pactual. No segundo trimestre, a M. Dias Branco elevou os preços em 6,7%, em média, em relação ao ano passado, com o objetivo de recompor margens frente a maiores custos dos produtos. Só assim foi possível registrar variação positiva na receita líquida consolidada no trimestre, de 4%, para R$ 1,12 bilhão.

O assessor de relações com investidores da companhia, Bruno Cals de Oliveira, disse ontem que a M. Dias não deve fazer um novo repasse de preços este ano. Uma das principais matérias-primas da companhia, o trigo, estava em alta no início do ano, mas o cenário de preços atual é mais favorável. Ele disse que o preço pode afastar o consumidor, mas afirmou que também não pretende entrar em guerra de preços. A companhia fez um reajuste entre o primeiro e o segundo trimestres. Segundo Oliveira, parte do mercado fez repasses este ano, mas há fabricantes que mantiveram a tabela.

O lucro da M. Dias Branco no segundo trimestre aumentou 2,9% em relação a igual período do ano passado, para R$ 146,8 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) somou R$ 193 milhões no trimestre, em alta de 5,4% em relação a um ano antes. A margem Ebitda passou de 17% para 17,2%.



Veículo: Valor Econômico


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