Preços tiveram reajuste médio de 8,9% em relação ao ano passado
Segunda data mais importante para os supermercadistas gaúchos, atrás apenas do Natal, a Páscoa deve ter um aumento real de 2% nas vendas para o setor neste ano, já com os valores deflacionados – na média, sem a deflação, o valor chega a 8%. A projeção foi divulgada nesta quinta-feira pela Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas). A pesquisa ouviu 20 diretores de empresas em todo o Rio Grande do Sul que representam cerca de 60% da comercialização no período, além de 200 consumidores.
Uma das apostas, segundo o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, se dá pelo período que a Páscoa ocorre neste ano. Como a data será comemorada na terceira semana de abril, mais longe do começo do ano, quando o orçamento das famílias está voltado para o pagamento de impostos, haverá mais disposição do consumidor ir às compras. Além disso, o período do ano será de temperaturas mais amenas, favorecendo o consumo de chocolates. “Também temos um período mais ampliado de vendas este ano em função do calendário, tendo 40 dias de exposição nas lojas”, salienta.
A expectativa é de que, ainda no início da próxima semana, mais de 3 mil supermercados no Rio Grande do Sul já terão montado as parreiras para a exposição dos chocolates. O setor estima uma venda de pelo menos 9 milhões de ovos de chocolate, com um faturamento projetado em R$ 96 milhões. Outro fator determinante, conforme Longo, é o aumento do interesse da classe C pelos produtos de Páscoa mais elaborados, os chamados ovos premium. “Esta classe está consolidando a sua inserção no consumo e a própria indústria está retirando do mercado ovos de menor valor”, explica o dirigente da Agas.
No entanto, os supermercadistas estão apontando que os preços dos produtos que compõem a cesta de Páscoa estão 8,9% mais caros em relação ao ano passado. O ovo de chocolate é um dos itens que mais pesou em termos de valores, com alta de 12,4%. O presidente da Agas afirma que o produto teve crescimento de preço acima da inflação no período, o que trouxe uma expectativa mais contida. “Há uma crise de mão de obra na atividade do cacau. As indústrias alegam uma alta no custo da matéria prima”, informa.
No segmento de pescado, a expectativa é que sejam vendidas aproximadamente 520 toneladas para as comemorações da sexta-feira Santa, o que representa uma alta de 4%. Longo destaca que deste volume, 95% serão de congelados devido às dificuldades de fornecimento de peixe frescos.
Outro dado positivo apresentado pela Agas é que pelo menos 10% das empresas aumentou o quadro funcional no período com um preenchimento de 1,6 mil empregos temporários, sendo que 90% destas vagas são criadas pelas indústrias em cargos como montador e promotor de vendas.
Uma das preocupações do setor supermercadista será com as compras de última hora. De acordo com o levantamento, 93,5% dos gaúchos deixarão as compras de Páscoa nos momentos finais. A pesquisa revela que 61% dos entrevistados devem deixar as compras para a última semana e 32,5% no dia ou na véspera da Páscoa, especialmente na Capital. O benefício desta tendência será do setor de bombons, que tradicionalmente tem força de vendas pouco antes da data. A previsão é de uma venda de seis milhões de caixas com faturamento estimado em R$ 26,4 milhões.
Quanto aos gastos, a pesquisa da entidade prevê que o valor médio por família dedicado para a festividade será de R$ 180,20 nas compras de produtos, R$ 20,00 a mais do que o período em 2013.
Veículo: Jornal do Comércio - RS