Setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos sofre queda real de 8% em 2015

Leia em 3min 20s

O setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) foi alvo de penalidades em 2015, que resultaram em queda real de 8% em relação ao ano anterior, com um faturamento "Ex-Factory", líquido de imposto sobre vendas, de R$42,6 bilhões. Este cenário, somado aos altos aumentos de carga tributária, alta do dólar e à atual crise econômica e política, acabou influenciando a perda de posição do Brasil no ranking mundial de consumo, passando da terceira para a quarta posição, atrás dos EUA, China e Japão, respectivamente. 


"Esse desempenho, já esperado, está diretamente associado às medidas consecutivas e indiscriminadas de aumento de taxas e tributos, a pretexto do aumento de recursos aos cofres públicos. Seu resultado final derrubou as vendas do setor e, por consequência, reduziu as curvas de arrecadação, num efeito contrário ao pretendido pelos governantes" afirma João Carlos Basilio, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).

A desvalorização cambial também contribui para o resultado negativo do setor, que fechou o ano perdendo posições de liderança em importantes categorias essenciais para a saúde do consumidor, a exemplo do protetor solar e de desodorantes (passando de 1° lugar para o 2 ° lugar).



"A categoria de produtos para banho, que tinha bom desempenho no Brasil, figurando em segundo lugar no mercado mundial, caiu para quarto lugar em 2015. E podemos avaliar que o agravamento da crise hídrica e da crise econômica contribuiu para a mudança dos hábitos de consumo e de higiene pessoal do brasileiro que, consequentemente, reduziu o tempo e a quantidade de banhos, por exemplo", complementa Basilio.

Oportunidades de emprego
O cenário desfavorável também impactou a geração de emprego no setor, apesar da estabilidade mantida no primeiro semestre de 2015. Com a queda no faturamento registrou-se uma redução no emprego direto a partir de junho, fechando o ano com queda de - 3,3%.

Perspectivas
Itens essenciais para manutenção da saúde e bem-estar do consumidor sofreram com o aumento da carga tributária em 2015 e neste início de 2016, em boa parte dos estados brasileiros. "No Paraná, por exemplo, houve um aumento na carga tributária de 108% para protetor solar. Em Minas Gerais, de 125% para creme dental e de 50% para itens básicos como sabonete e papel higiênico. Estes abruptos aumentos irão impactar negativamente o resultado do setor de HPPC este ano", comenta o executivo.

A ABIHPEC acredita que um dos caminhos para que o setor possa voltar a ganhar fôlego, competitividade e mercado, é o investimento em inovação. "Em 2016 o momento é de agir e buscar a inovação de forma ampla, com foco em gestão, logística, serviços, comunicação e até mesmo na comercialização de seus produtos. Rever as estratégias e o trabalho em equipe é fundamental para manter a vitalidade e a força das empresas frente ao mercado, especialmente neste momento delicado da economia brasileira", destaca.

Com a passagem do período mais crítico da crise hídrica, o setor acredita que os hábitos de consumo, em especial os relacionados ao banho, voltem ao normal e estes produtos retomem a conhecida boa performance.


Questão de saúde pública
"A alta carga tributária prejudica o mercado e incentiva a informalidade da indústria, especialmente em produtos de alto valor agregado", disse Basilio. Somado a este fator, a redução da renda do consumidor e do poder de compra também é preocupante, uma vez que pode aumentar a procura por artigos pirateados e contrabandeados. "É de extrema importância que a população não utilize produtos irregulares. O setor de HPPC, que é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entrega itens essenciais para a manutenção da saúde e bem-estar, por isso o alerta é para que, em cenários como este, o consumidor não utilize artigos que podem ser prejudiciais à sua saúde", finaliza Basilio.

 

 

 

Assessoria de Comunicação da ABIHPEC

 


Veja também

Atacadão inaugura loja de autosserviço em Santarém

Primeira unidade da rede no município tem capacidade para atender 90 mil clientes a cada mês, gerando 500...

Veja mais
Páscoa eleva negócios do Pão de Açúcar

A Páscoa ajudou a elevar a receita líquida do Grupo Pão de Açúcar (GPA), por ter acon...

Veja mais
Vendas caem 12,7%, mas Pão de Açúcar vê melhora na Via Varejo

A Via Varejo, empresa de comércio de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), r...

Veja mais
Receita consolidada do Grupo Pão de Açúcar cresce 3% no 1º tri, para R$ 17,7 bi

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) apurou receita líquida consolidada de R$ 17,754 bilhões n...

Veja mais
Programas de crédito e fidelidade poupam dinheiro do consumidor

                    ...

Veja mais
Carrefour reinaugura seu segundo hipermercado no Paraná sob o conceito nova geração

O Carrefour reinaugurpu sua unidade de Pinhais (PR) sob o conceito Nova Geração. Trata-se de um projeto ar...

Veja mais
Como o Pão de Açúcar elevou a fama do "Cliente Mais"

Em 2000, a rede de supermercados Pão de Açúcar, principal bandeira do Grupo Pão de Aç...

Veja mais
Walmart.com anuncia novo CFO na operação brasileira

Luís Carlos Cerresi é o novo CFO (Chief Financial Officer) do braço eletrônico da maior empre...

Veja mais
Apesar de cortes, Walmart prevê investir R$ 1 bi no Brasil

    Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo...

Veja mais