Por Luiz Henrique Mendes
Quase dois anos depois de ingressar no mercado de alimentos congelados com o lançamento de pizzas e lasanhas de atum, a Gomes da Gosta decidiu abandonar a área devido a dificuldades logísticas, disse ao Valor o presidente da empresa no Brasil, Alberto Encinas.
"Estamos descontinuando o negócio de congelados. Percebemos como o mundo dos congelados é muito complicado no Brasil. A logística é complicada", disse ele, que também considera que a forte concorrência com empresas do porte de BRF e JBS, que têm ampla estrutura distribuição, também dificultou.
Há dois anos, em entrevista ao Valor, Encinas havia anunciado que investiria R$ 17 milhões em 2013 para o lançamento dos produtos na área de congelados. Vendidos com a marca Gomes da Costa, a lasanha e a pizza de atum eram produzidos por terceiros.
Apesar de desistir da área de congelados, a Gomes da Costa já planeja novos investimentos. Segundo Encinas, a companhia está na fase final do processo que culminará com a construção de um fábrica para processar subprodutos de sardinha e atum.
No primeiro momento, ele prevê investir cerca de R$ 15 milhões em uma unidade que será capaz de produzir farinha de peixe, insumo que é bastante utilizado na aquicultura. Numa fase posterior, diz o executivo, a fábrica também poderá vir a produzir bioprodutos para consumo humano, tais como cápsulas de ômega 3 que são vendidas como suplementos nutricionais.
Com faturamento de R$ 1,1 bilhão no Brasil em 2013, a Gomes da Gosta prevê crescer de 8% a 10% neste ano, segundo Encinas. O executivo ressalta que as operações da Gomes da Costa são as mais representativas para o grupo espanhol Calvo, controlador da empresa. Com fábricas na Espanha, Brasil e El Salvador, o grupo teve receita líquida de € 321 milhões no ano passado.
Veículo: Valor Econômico