JBS Mercosul investe em frigorífico no Paraguai

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                                     Planta de US$ 100 milhões será a primeira construída pela empresa


A JBS, que costuma expandir sua atuação adquirindo unidades prontas, escolheu o Paraguai para construir seu primeiro frigorífico na América do Sul. O investimento será de US$ 100 milhões em uma planta modelo, localizada a 25 quilômetros da capital Assunção, com capacidade para abater 2,2 mil bovinos por dia. O investimento deve ser bancado com recursos próprios da empresa brasileira e por financiamentos locais. O anúncio foi realizado, ontem, pelo presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, durante o Tá Na Mesa, na Federasul.

As obras se iniciam em agosto, com previsão de inauguração em setembro de 2016. Será o terceiro frigorífico da empresa no Paraguai. O objetivo é praticamente dobrar a capacidade de abate de bovinos, passando das atuais 1,5 mil para 2,7 mil cabeças por dia. O empreendimento deve gerar 800 empregos diretos e 3,5 mil indiretos. Atualmente, mais de 85% da produção do Paraguai é exportada, sendo que a JBS possui 40% de participação nesse mercado. Em faturamento, as vendas externas paraguaias saltaram de US$ 65 milhões, em 2005, para US$ 1,2 bilhão, em 2014.

"A demanda por matéria-prima supera a oferta em todos os países do Mercosul, mas o Paraguai apresenta um crescimento muito grande do seu rebanho em comparação com a capacidade industrial instalada", explica Gularte. Atualmente, são 14 milhões de cabeças de gado - número semelhante ao do Rio Grande do Sul - e 12 frigoríficos de portes médio e grande em operação. "Vemos o mercado interno paraguaio com grandes possibilidades de se tornar mais atrativo nos próximos anos, e esse aumento da matéria-prima disponível nos permite ganhar fôlego também nas exportações", completa.

Em relação às exportações brasileiras de carne bovina, Gularte projeta recuperação no segundo semestre. Para o executivo, problemas econômicos nos principais compradores - Rússia, Hong Kong, Venezuela - afetaram o desempenho nos primeiros seis meses do ano, mas houve retomada ainda em junho. "A Rússia voltou a importar e a China começa a dar resultados relevantes. Além disso, a JBS está bastante entusiasmada com a abertura do mercado norte-americano, pois, em primeiro lugar, apesar de dar margens menores, os Estados Unidos demandam grandes quantidades e de forma constante", avalia.

A intenção é aproveitar o expertise da empresa em território norte-americano para alavancar a atuação e as exportações naquele país. Tal cenário para o segundo semestre, segundo Gularte, deve afetar o mercado interno brasileiro. "Com a melhora nas exportações, teremos um enxugamento da oferta no mercado interno. Dessa maneira, haverá um equilíbrio entre demanda e oferta no Brasil via efeito de exportação, tanto pelo aspecto cambial quanto pelo consumo, o que não significa que haverá um movimento de elevação dos preços", destacou.

Na ocasião, o presidente da JBS Mercosul também defendeu a manutenção da vacinação contra febre aftosa no Brasil e o envio de animais do Rio Grande do Sul para abate em São Paulo. A companhia leva entre 35 e 40 mil terneiros gaúchos por ano para engorda e terminação na capital paulista. "A JBS criou um nicho de mercado para o produto gaúcho. A Swift Black é uma carne vendida como top de qualidade. Sobre a possibilidade de finalizar a vacinação, trata-se de um risco absolutamente desnecessário do ponto de vista comercial, pois o status com vacinação não é entrave para nenhum mercado exportador com exceção do Japão", finalizou.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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