Brasil vai rastrear carne Angus para dar mais qualidade ao produto

Leia em 3min 30s

Secretário de Defesa diz, no entanto, que medidas não são garantia de novos mercados

 



A carne Angus no Brasil terá sua origem rastreada a partir de agora. A procedência genética do animal só poderá ser estampada nas embalagens após passar por um procedimento de controle conduzido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e depois de fiscalizado pelo Ministério da Agricultura. Para o consumidor, essa medida pode significar preço maior, o selo, porém, pretende transmitir confiança de qualidade ao produto. Essa decisão passou a valer depois de uma circular do ministério e da assinatura de um protocolo entre a Associação Brasileira de Angus (ABA) e a CNA.

As entidades envolvidas acreditam que o controle atenderá mercados mais exigentes, diferenciará produtos por qualidade e preço nas prateleiras, dará mais qualidade à carne brasileira e trará segurança e transparência na identificação de rótulos e alimentos. "Isso nos possibilita mais que ampliar exportação, dá caráter de credibilidade no mercado", avaliou José Roberto Pires Weber, presidente da ABA.
"Quem for colocar essa marca, tem de fazer conforme determina o protocolo e a legislação" (Décio Coutinho, secretário de Defesa Agropecuária)

AutorA adesão ao Protocolo Angus, que dará certificação à carne do rebanho que seguir as especificações determinadas, não exigirá pagamento de tarifas ou taxas. Na avaliação dele, isso contribuirá para que a carne brasileira seja vendida no mercado internacional por um preço superior. "Nossa carne, em qualidade, não fica devendo nada a nenhuma outra", afirmou.

José Martins da Silva, presidente da CNA, celebrou a assinatura do protocolo e afirmou que o rebanho brasileiro vem melhorando, mas pode avançar mais. "Nossa carne deixa muito a desejar. Estamos assinando esse protocolo de modo que possamos levar aos mercados mais exigentes uma carne de qualidade", disse.

A partir de 1º de junho começa o cadastramento de produtores no programa. Com isso, o rebanho deve ser colocado na Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), um sistema do Ministério da Agricultura, e terá de cumprir exigências.

Décio Coutinho, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura afirmou que esse processo de rotulagem estava conturbado e agora ficou claro. "Quem for colocar essa marca, tem de fazer conforme determina o protocolo e a legislação. O consumidor poderá pegar na prateleira e terá a certeza de que o produto é relativo a exatamente o que está no rótulo", explicou o secretário.

Novos mercados


O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Décio Coutinho, afirmou nesta quinta-feira (14/5) que o Protocolo Angus e o módulo de rastreabilidade dentro da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) não garantem, sozinhos, novos mercados. Segundo ele, a negociação com os Estados Unidos e outros mercados está baseada na garantia do Serviço de Defesa Agropecuária.

"Lógico que o protocolo, dentro do PGA, é mais um instrumento para que os mercados entendam e tenham informações sobre os produtos brasileiros", ponderou Coutinho. "Ele sozinho não garante e traz mais mercados, o que faz isso é produto de qualidade, com fiscalização sanitária adequada", observou.

Exportação para China


O protocolo sanitário com a China, permitindo a exportação de carne brasileira para o país asiático, deve ser assinado na próxima semana, segundo afirmou também Décio Coutinho. Ele não deu mais detalhes, mas disse que na viagem à Ásia, encerrada nessa quarta (13/5) foi fechada a documentação que será assinada no Brasil. No próximo dia 18, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acompanhado de 150 empresários, desembarca no Brasil para fechar acordos com o governo brasileiro e com o setor privado. "Estivemos na China preparando a visita do primeiro-ministro", disse Coutinho.

"Foi uma missão apenas para preparar a documentação que vai ser firmada na próxima semana", afirmou. O governo brasileiro espera que durante a missão chinesa seja resolvida a liberação das exportações de carne bovina do Brasil para o país. Durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, no ano passado, foi encerrado o embargo à carne brasileira - uma barreira que havia sido levantada em 2012. Para que o Brasil volte a exportar para a China, no entanto, é necessário um protocolo sanitário.




Veículo: Estadão Conteúdo


Veja também

JBS vê preço do gado caindo e recuperação na exportação

A brasileira JBS, maior produtora de carnes do mundo, avalia que os preços do gado no Brasil, em patamares record...

Veja mais
Seara vai aumentar preços em até 12% nos próximos meses

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Pescado ficou mais caro nos supermercados de Belém

Segundo pesquisa divulgada esta manhã pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecon&o...

Veja mais
Lucro líquido da JBS teve forte aumento no 1º trimestre

Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Exportação de carne suína cai 3,3% em abril

Também houve redução de 21,7% na receita em dólares das vendas externas, para US$ 93,9 milh&...

Veja mais
Safras detecta excedente de oferta e mercado da avicultura sem reação

A avicultura de corte apresentou poucas novidades ao longo da semana passada. Houve excedente de ofertas. "Ainda h&aacut...

Veja mais
Exportação de carne bovina cai 15% em um ano

Indústrias do setor esperam que o quadro se modifique a partir do segundo semestre, com a reabertura de mercados ...

Veja mais
Pescado tem reajustes de até 18% no mês de abril

ABUNDÂNCIA: Tendência é de baixa para o mês de maio, por causa do tempo firme   Reajuste...

Veja mais
Marfrig projeta abertura de novos mercados

Veículo: Brasil Econômico...

Veja mais