E-commerce, atacadistas e farmácias freiam taxa de desemprego no varejo

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Ao expandir negócios em segmentos aquecidos, varejistas ampliam quadro de funcionários e ajudam a segurar índice negativo de 179,9 mil demissões registradas em 2015, segundo o Caged

Ao criar mais de 27,7 mil novas vagas de emprego, as 20 varejistas brasileiras que mais aumentaram seu quadro de funcionários em 2015 ajudaram a evitar que a perda de postos de trabalho no setor fosse ainda maior que a registrada durante a crise.

O freio aconteceu justamente no período mais conturbado para o setor, quando as vendas recuavam em quase todos os segmentos, menos naqueles que conseguiram ampliar seus negócios e contratar funcionários, como o atacadista alimentar, e-commerce e farmácias.

Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), algumas destas companhias chegaram a aumentar seu número de colaboradores em mais de 40% (como mostra o gráfico acima).

Com 12,4 mil funcionários em 2014, a B2W (Americanas.com, Submarino.com, Shoptime.com) , por exemplo, inflou sua equipe em mais de 4,4 mil pessoas no ano passado, passando a ter um quadro de aproximadamente 16,8 mil colaboradores no total.

De acordo com o ranking de maiores crescimentos varejistas em número de funcionários da SBVC, a companhia de comércio eletrônico é a terceira colocada, em porcentagem de variação de empregos.

Vale lembrar que a empresa ocupa a sexta posição no ranking de faturamento do varejo brasileiro em 2015, também elaborado pela SBVC, com uma receita estimada em mais de R$ 10,5 bilhões.

Questionada sobre a elevação no número de postos de trabalho, a B2W, no entanto, não quis se pronunciar.

No ano passado, o setor de comércio eletrônico, mesmo com as dificuldades impostas pela crise econômica, cresceu 15% e faturou R$ 41,3 bilhões no País. O volume de pedidos efetuados pelos clientes também havia aumentado em 3%.

Não à toa, a primeira colocada no ranking de elevação de quadros funcionais é a Mobly, que comercializa móveis e eletroeletrônicos via internet, e aumentou o número de colaboradores em quase 70% em 2015, frente a 2014.

Naquele ano, a companhia detinha um total de 324 funcionários, ampliando o número para 550 no ano seguinte.

Alimento

Ainda de acordo com o levantamento, algumas empresas do segmento atacadista alimentar também conseguiram ampliar o número de postos de trabalho em seus galpões, como é o caso da Serrana Empreendimentos. A companhia é a controladora da rede Hiperideal e criou, em 2015, cerca de 285 novas vagas de trabalho, que acabaram por elevar em 41,6% o número de trabalhadores na rede varejista.

Outra setorista que seguiu a mesma tendência foi o Roldão Atacadista. Dos 2,7 mil funcionários em 2014, a companhia passou para 3,5 mil no ano passado. Este ano, outras 500 vagas foram preenchidas.

"Devemos contratar cerca de 300 colaboradores até o final deste ano. Inauguramos uma loja no começo de setembro, vamos inaugurar outra até o final deste mês, e mais uma em outubro", afirma o diretor de Recursos Humanos do Roldão Atacadista, Jorge Jubilato.

De acordo com ele, os contratados deverão ser direcionados para as novas lojas.

A atacadista foi beneficiada pelo movimento de migração dos consumidores entres os modelos supermercadistas e atacadista, em busca de economia nas suas compras.

"Em razão da expansão do negócio e do aumento de fluxo de clientes, onde precisamos cuidar do atendimento, recebimento e reposição de mercadorias, a área de operação de lojas recebeu o maior número de profissionais", comenta.

Remédio

Redes de farmácias também estão entre as que mais aumentaram seu quadro no ano passado, segundo a SBVC.

Uma delas, formada da união entre a Drogaria São Paulo e a Drogarias Pacheco, hoje Grupo DPSP, elevou seu time de trabalho em 35,9% apenas em 2015. Um ano antes, a companhia possuía 18,3 mil funcionários. Já em janeiro deste ano, o grupo contabilizava mais de 25 mil assalariados.

A concorrente Pague Menos também cresceu nesse sentido, passando de 17 mil colaboradores, em 2014, para mais de 20 mil no início de 2016.

Além delas, o Grupo Raia Drogasil (redes Raia e Drogasil) é outro que elevou seu quadro na área de recursos humanos.

Ocupando o quinto lugar no ranking de quem mais multiplicou o número de funcionários, a companhia adicionou 6,5 mil novos postos de trabalho às suas operações.

"Conseguimos aumentar o nosso guidance de aberturas de lojas para 200 unidades em 2016 e mais 200 aberturas em 2017. Além disso, mantemos um índice crescente de contratações qualificadas de funcionários, pois expandimos nossa atuação em regiões importantes como o Norte com a abertura de 15 postos de trabalho em Palmas e a inauguração de um novo Centro de Distribuição no Nordeste, que adicionou 150 novos colaboradores", explica o vice-presidente de relações institucionais da Raia Drogasil, Antonio de Freitas.

Atualmente, a companhia possui mais de 27 mil funcionários em 1,3 mil lojas, além dos centros distribuidores.

A rede ainda mantém um programa de qualificação que atinge todos os colaboradores.



Veículo: DCI


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