Diferenças de até 1.400% nas farmácias

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Belo Horizonte está entre as 10 capitais com maior variação de preços dos medicamentos paracetamol, analgésico conhecido; Clonazepan, genérico do Rivotril, e Dicoflenaco, segundo pesquisa de preços de medicamentos feita em 16 capitais pelo ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico. O levantamento mostrou que a capital registrou variação de quase 1.400% no preço de um dos remédios. O paracetamol de 750mg foi encontrado no valor de R$ 1,00, no menor preço, e por R$ 14,97. A diferença é de 1.397%.
 
Na pesquisa do Paracetamol, BH ficou na terceira posição no ranking de variação, atrás de Recife (PE), na segunda posição com disparidade de preços de 1.573%, e de Curitiba (PR), em primeiro, com diferença de 3.868%. Quando analisado o Clonazepan de 50mg, genérico do Rivotril, a capital ficou na quarta posição nacional com variação de 370% nos preços. O remédio foi encontrado em BH nos extremos de R$ 5,90 e R$ 27,75. O medicamento só variou mais em São Paulo (398%), Campo Grande (411%) e Brasília (504%), terceira, segunda e primeira posição, respectivamente.
 
O melhor desempenho da capital mineira foi verificado quando observados os preços do Dicoflenaco de 50mg. Nesse produto, a variação foi de 283% podendo ser encontrado num intervalo de R$ 3 a R$ 11,50. BH ficou na nona posição no ranking.
 
Para Marcus Vinicius Andrade, diretor de pesquisa do ICTQ, responsável pelo levantamento, muitas circunstâncias podem contribuir para que variação de preços tão elevada seja alcançada. A tributação pode ser um dos fatores. Ele aponta que algumas regiões, até mesmo dentro das cidades, conseguem alguns benefícios e isso tem influencia direta nos preços praticados nas prateleiras. Existe ainda a influência de grandes redes em disputa com farmácias de bairro. As primeiras conseguem – por comprar volumes maiores dos produtos –, negociar e isso pode resultar em valores mais competitivos. “Os pequenos fornecedores acabam tendo mais dificuldade na hora da negociação por comprar volumes menores e isso aumenta o preço pelos quais eles têm que comercializar o medicamento”, afirma Marcus Vinicius.
 
Outro ponto observado pelo diretor da pesquisa está relacionado à possíveis promoções que o ponto de venda faça. “Muitas vezes o comerciante reduz o preço em determinado medicamento para chamar a atenção dos clientes e desconta o índice em outros produtos. O consumidor tem sempre que ficar atento a esse tipo de situação também”, analisa.
 
Marcus Vinicius, no entanto, dá outras dicas para o consumidor e salienta que, muitas vezes, observar apenas o preço pode não ser um bom negócio. Ele conta que é interessante observar se na farmácia existe farmacêutico. O profissional pode ser procurado, caso o consumidor do remédio tenha qualquer dúvida. E mais, ele pode se responsabilizar pela procedência do remédio e assim servir como um garantidor da qualidade.
 
A pesquisa de preços, contudo, ainda funciona como a ferramenta mais eficaz e o meio mais prático de o consumidor fazer esse balanço entre segurança na procedência do medicamento e preço mais baixo. O cliente estará exposto a variações que vão desde questões irregulares, como a comercialização de mendicamentos provenientes de cargas que podem ser sido roubadas, até as questões de mercado, como analisou o diretor da pesquisa.
 
Ele salienta, ainda, a necessidade de os pacientes ficarem atentos às indicações de medicamentos feitas por médicos e farmacêuticos, que podem estar relacionadas a acordos comerciais. Laboratórios fazem acordos com esses profissionais e, muitas vezes, essas indicações não são aquelas com os preços mais em conta. “Mas é sempre importante pesquisar para economizar”, garante.
 
Veículo: Jornal Estado de Minas


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