Cai intenção de consumo de eletrônicos, carro e casa

Leia em 2min 10s

A intenção de consumo de eletrônicos, carro e casa caiu pela metade em um ano, mostrou nesta terça-feira, 19, uma pesquisa divulgada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A queda se deve ao aumento do desemprego e à redução da renda média do consumidor, avalia o diretor do Instituto de Economia da ACSP, Marcel Solimeo. Segundo o levantamento, a parcela de pessoas que se diziam à vontade para comprar eletroeletrônicos recuou de 31% em março do ano passado para 16% em março de 2016. O percentual dos dispostos a adquirir carros e casa caiu de 23% para 10% na mesma comparação.

"Esses bens de maior valor estão relacionados com compras a prazo e a incerteza é paralisante para o consumidor", comentou. A taxa de desocupação nas seis maiores regiões metropolitanas do país atingiu 8,2% em fevereiro, segundo o IBGE. Já o rendimento médio do trabalhador caiu 1,7% ante janeiro e 7,5% em relação ao mesmo período de 2015. Os juros altos e o acesso ao crédito mais dificultado são outros fatores determinantes para o resultado, segundo o diretor.

Para Solimeo, o otimismo no consumo será retomado apenas com a queda nos juros. "Vai depender do cenário político. Em um mês ou um mês e meio, definido o panorama da governabilidade, melhora a expectativa, embora não haja melhora nos fatos concretos", declarou. Ele acredita que, havendo uma definição em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, é possível melhora no cenário a partir de 2017. "O processo de aceleração vai ser lento" completa.

As medidas necessárias para a retomada no otimismo do consumidor, na avaliação de Solimeo, envolvem o ajuste fiscal no governo, de maneira que as receitas passem a ser superiores às despesas. "O juro não pode cair com as finanças desse jeito. A queda de juros será um reflexo do ajuste fiscal, mesmo que gradativo", pontua.

O levantamento da ACSP mostra também que, no mês passado, 34% dos brasileiros achavam que a situação financeira própria iria piorar nos meses seguintes. Em março de 2015, o porcentual estava em 18%. No mesmo período, subiu de 35% para 57% a parcela daqueles que estão inseguros a respeito de seus empregos.

A pesquisa foi encomendada pela ACSP e realizada pelo Instituto Ipsos entre os dias 13 e 30 de março. Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas em 72 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de três pontos, informou a associação.

 



Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo


Veja também

CNC prevê queda de 8% a 9%

O vice-presidente administrativo da Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC)...

Veja mais
Vendas da Danone caem 3% no 1º trimestre para US$ 5,98 bilhões

                      &nb...

Veja mais
Pão francês tem reajuste de preço de quase 11% no 1º trimestre, em Belém

     Somente em março o reajuste no preço do quilo do pão foi de 3,32%. Pre&cce...

Veja mais
Varejo é o setor que mais anuncia no País

                    ...

Veja mais
Vereadores de BH aprovam lei que proíbe supermercados de abrir aos domingos

                       Aprovad...

Veja mais
Alface, pepino e laranja estão mais em conta, diz Ceagesp

           Outros preços em baixa são abacate, figo roxo...

Veja mais
Confiança melhora, mas sustentação depende de política econômica, diz Apas

A confiança dos empresários do varejo de supermercados mostra alguns sinais de melhora depois de ter ating...

Veja mais
Tendências: impeachment abre janela para reverter crise de confiança

A aprovação do relatório de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo,...

Veja mais
Setor de alimentos investe mais em logística para minimizar venda fraca

As indústrias de alimentos estão investindo na estrutura logística para minimizar os custos, ao mes...

Veja mais