Crise também favorece inovações

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O momento de crise econômica no Brasil é favorável às startup. De acordo com Silvio Meira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio) e presidente do conselho de administração da rede de negócios Ikewai, é nesse período que as grandes empresas buscam por soluções rápidas, efetivas e de curto prazo, algo que startups, mais ágeis e com menos burocracia, podem oferecer.

"Todas as inovações no mercado brasileiro estão sendo de curto prazo, porque estamos na crise. Estamos descartando as soluções de médio prazo, que são extremamente relevantes", disse. "As soluções para a crise, que são explorar novos mercados e novas tecnologias, a gente já viu."

Meira foi um dos palestrantes do Innovators Summit, evento sobre inovação que acontece nesta semana em São Paulo. Ele foi convidado para falar como preparar as empresas para as inovações que estão chegando em um futuro próximo.

"Antes, a revolução digital era só nossa. Eram serviços digitais para pessoas digitais. Mas agora as corporações vão começar a fazer isso também. Elas querem um serviço tão bom quanto o que estão fazendo, mas dez vezes mais barato", afirmou.

Para exemplificar como as inovações deixaram os computadores e ganharam os serviços reais, Meira citou o Uber. Em Nova York, o preço para se ter uma licença de táxi era de cerca de US$ 1 milhão no ano passado e, devido ao sucesso do aplicativo de carros pretos, esse valor caiu 25%.

Só que para conseguir repetir o sucesso dessas empresas, é necessário não cometer alguns erros bastante comuns. O primeiro é que não basta apenas transformar as práticas analógicas em digitais. Quando se vai investir em tecnologia, é preciso que toda a rotina de trabalho seja adaptada aos novos métodos, é o que Meira chama de ter "cultura digital".

Ele também recomenda que as empresas se preocupem em como seus produtos vão mudar a sociedade, e não apenas se concentrem nas alterações internas.

Internet das coisas - Segundo o professor da FGV-Rio, a nova revolução digital, que já está em curso, é a chamada internet das coisas. Isto é, quando diversos objetos do cotidiano se conectam à internet.

"A gente vai ter uma mudança tão dramática como tivemos nos últimos 40 anos. A internet das coisas vai habilitar modelos de negócios que eram impensáveis antes", diz.

De acordo com o estudo "Unlocking the Potential of the Internet of Things" (Abrindo o potencial da internet das coisas, em inglês), do instituto McKinsey, a nova tecnologia pode render até US$ 11 trilhões em potenciais negócios até 2025, principalmente na reestruturação das fábricas e em fazer cidades conectadas.

Para entender o que pode mudar, basta olhar para a própria porta da casa. "Usamos uma tecnologia de 400 anos atrás e que não mudou nada, a chave", diz Meira. No lugar dela, será possível entrar em casa ao acionar sensores que leem a retina, a impressão digital ou até mesmo conectado a alguma peça do vestuário do morador.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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