Empresários e entidades representativas do setor participam da 46ª Convenção Estadual Lojista em Caxias do Sul



O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL), Victor Augusto Koch, defendeu que a classe empresarial varejista precisa construir estratégias e planejar a sua empresa visando à fidelização do cliente, mecanismo que considera o mais eficiente para enfrentar a atual crise econômica. Koch esteve em Caxias do Sul para a 46ª Convenção Estadual Lojista, aberta nesta quinta-feira. Durante o dia, foram realizados o Seminário Estadual do SPC e o encontro das CDL's jovens.

A organização calcula a participação de 1,5 mil congressistas nas palestras marcadas para esta sexta-feira, no Centro de Eventos da Festa da Uva. De acordo com Koch, os conteúdos expostos nas apresentações, bem como as experiências que serão trocadas, servirão de subsídios para os varejistas encontrarem as melhores soluções para seus negócios. "Precisamos construir alternativas de forma conjunta, envolvendo os fornecedores nas negociações, porque eles também estão passando por dificuldades", afirmou. Para o dirigente, os empresários precisam buscar a excelência dos seus negócios. Na programação de hoje, ocorrerão palestras sobre os temas Gestão pela qualidade, Croasonho, combinando ideias de sucesso!, Minha empresa é um sucesso! Mas até quando?, Cenários econômico e político e Atitudes empreendedoras no varejo.

Na avaliação de Koch, o problema brasileiro é muito mais político, em decorrência de vaidades, do que por questões econômicas. Acredita que o País passou por crises piores, como a de 1974, quando faltou emprego e renda. "Hoje, temos gente trabalhando e com recursos para gastar. Mas o consumidor está assustado com o que ocorre no cenário político."

Koch cobra que os políticos abandonem a ideia de formular pautas-bomba para prejudicar quem está no comando. Segundo ele, é preciso negociar medidas que gerem emprego e renda para favorecer quem paga os impostos. "Eles precisam entender isto. Mas nos vamos aprender antes e cobrar deles ações mais efetivas."

O dirigente reconheceu, no entanto, que o governo federal tem adotado medidas que contrariam a boa prática de consumo, como o aumento dos juros e dos preços da energia e dos combustíveis, que reduzem a capacidade de compra. "As notícias insistentes estão sendo nocivas às pessoas e aos setores produtivos. A população se contamina e retrai o consumo, inclusive de itens que atendem às suas necessidades."

Para Koch, os governos do Brasil e Rio Grande do Sul são de difícil administração. Ele afirma que atitudes erradas tomadas por gestores irresponsáveis criaram os problemas atuais. "Fizeram politicagem para garantir os votos visando à perpetuação no poder. Teremos de escolher melhor os nossos representantes."

O presidente da FCDL-RS cobra mais gestão dos políticos, medida que, em sua opinião, está sendo encampada pelo governador José Ivo Sartori. "Num primeiro momento, o remédio arde quando é colocado na ferida. Mas é preciso acabar com o corporativismo e favorecimento de algumas classes, chega de penduricalhos que elevam os salários injustamente, inflacionando o Estado. Sartori está fazendo o que precisa ser feito e que deve ser seguido em Brasília, nos demais estados e municípios."



Veículo: Jornal do Comércio - RS