Supermercados cortam margem de lucro

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                                   Com o cenário desfavorável e o aumento de custos, índice em Minas não deverá ultrapassar 1,5% neste ano



Embora o setor supermercadista ainda aposte em crescimento da ordem de 1,5% no faturamento neste exercício na comparação com 2014, as margens de lucro das redes em Minas Gerais não deverão ultrapassar a casa de 1,5% ao fim deste ano. Caso se confirme, o índice será meio ponto percentual inferior ao que foi registrado em 2014, quando as margens chegaram a 2%, e decorre da atual conjuntura econômica nacional e do aumento dos custos dos negócios.

De acordo com o superintendente da Associação Mineira dos Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a meta era alcançar pelo menos os mesmos 2% ao fim deste exercício, mas ao que tudo indica, não será possível. "A rentabilidade é algo que nos preocupa. Estamos trabalhando para manter esse índice, mas deverá ficar em torno de 1,5%. Os aumentos da energia elétrica, do combustível, dos tributos em geral, causaram a elevação dos nossos custos e as vendas não estão crescendo no mesmo ritmo para cobrir", explica.

Pelo contrário. Segundo ele, o aumento do desemprego e a diminuição da renda das famílias têm exigido medidas inversas dos supemercadistas, que estão disputando os clientes por meio dos preços. "Se por um lado está mais fácil negociar com os fornecedores, que também estão ávidos por despachar suas mercadorias, por outro, estamos disputando os clientes um a um. E tudo pesa na decisão do consumidor neste momento, principalmente o preço. Por isso, qualquer repasse de custo pelo setor se tornou inviável", explica.

E as conseqüências desse cenário já estão sendo sentidas pelo setor. Segundo o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Amis, nos primeiros seis meses deste ano, os supermercados mineiros tiveram crescimento de 0,63% no faturamento frente a igual período de 2014.

Na comparação de junho de 2015 com o mesmo mês do ano passado, o desempenho ficou praticamente estável, com ligeiro crescimento de 0,27%. Os números já estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já quando considerado o resultado de junho em relação a maio, o setor registrou queda de 2,47% no faturamento.

Conforme informou a Amis, em nota, o resultado negativo de junho ante maio se dá pelo menor número de dias e um fim de semana a menos na comparação dos dois meses. "Contudo, já há também certa precaução de que a desconfiança do consumidor com o atual momento da economia do País afete o movimento nas lojas, embora isso ainda não se tenha confirmado", afirmou a entidade.

Acima da média - "Na verdade, Minas pode comemorar. Estamos bem melhores que a média nacional e o levantamento da Amis é mais rigoroso, pois trabalha o conceito loja a loja e não o setor como um todo. Consideramos os resultados até aqui satisfatórios", avalia Rodrigues.

Na última terça-feira, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou que o faturamento do setor caiu 3,04% em junho sobre o mesmo mês de 2014. Na comparação com maio houve redução de 4,75% e, no acumulado do ano, o indicador ficou estável.

Em relação ao recuo no confronto entre junho e maio registrado nos supermercados de Minas Gerais, o superintendente da Amis cita o menor número de dias e um fim de semana a menos na comparação dos dois meses. Assim, a expectativa de aumento de 1,5% no faturamento em relação ao ano passado está mantida. "Tradicionalmente, o segundo semestre é mais aquecido e, como na primeira metade do ano já atingimos 0,63%, acreditamos ser possível alcançar a meta ao fim de 2015", argumenta.

Em junho na comparação come maio a menor queda foi na região Norte/Noroeste do Estado (-1,02%), seguida por Centro-Oeste (-1,75%); Zona da Mata (-2,05%); Vale do Rio Doce/Mucuri/Jequitinhonha (-2,87%); Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (-2,9%); Sul (-2,93%) e região Central (-3,39%).



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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