Boni Brasil reduz projeção de venda para 2015

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A expectativa da fabricante era ampliar o faturamento em mais de 30% neste ano sobre 2014. No entanto, diante da retração do consumo, crescimento no primeiro semestre foi de cerca de 17%



São Paulo - A Boni Brasil prevê crescimento menor que os 30% projetados para esse ano, devido a desaceleração no consumo interno. No primeiro semestre, o faturamento da fabricante de produtos de higiene infantil teve alta de cerca de 17%.

A estratégia era ampliar os ganhos esse ano com a ampliação da distribuição e o lançamento de produtos de maior valor agregado, conta o fundador da empresa, Cláudio Bighinzoli. O resultado das ações, entretanto, tem ficado abaixo do esperado.

"A expectativa de alta vinha muito pautada nessa estratégia, mas o que temos visto é que o mercado vem se deteriorando", afirma Bighinzoli.

De acordo com o empresário, mesmo com o cenário econômico adverso, o objetivo ainda é crescer mais em faturamento do que em volume. "Apesar da desaceleração, continuamos crescendo com a oferta de produtos em um nicho no qual a concorrência é forte. Isso porque conseguimos vantagem competitiva pela especialização no segmento infantil", diz.

Na categoria de gel dental para crianças, a Boni Brasil ocupa a vice-liderança, competindo com gigantes como Colgate e Procter & Gamble.

Para ganhar espaço no varejo, a fabricante segue o mesmo caminho de outras empresas do setor de higiene e beleza: trabalha com marcas licenciadas de personagens infantis.

"A marca licenciada é muito importante para o nosso negócio, porque no trabalho com o público infantil é importante ter um produto lúdico que atraia o consumidor", cita.

Os produtos licenciados da fabricante têm preços equivalentes aos praticados pelas concorrentes e chegam a ser no máximo 5% mais caros, observa o empresário.

Para ele, além dos personagens, os lançamentos são parte importante da estratégia. A Boni investe de 2% a 3% do faturamento no desenvolvimento dos novos produtos.

A desaceleração do consumo, entretanto, já tem levado a empresa a adiar a ampliação do portfólio. "Temos dois produtos novos prontos, mas optamos por esperar, porque os clientes estão com receio de colocar produto novo na prateleira", explica ele.

Marca própria

Segundo Bighinzoli, a produção para marcas próprias está entre as alternativas que tem ajudado a minimizar a redução das vendas. "A produção para terceiros sempre foi uma parte importante do negócio, mas não chega a representar mais de 25% do faturamento total", pondera Bighinzoli.

A comercialização de produtos de marca própria para redes de varejo como Carrefour, Dia e Walmart, ajuda a fabricante a ganhar economia de escala na produção.

Atualmente, a Boni opera com 60% da capacidade instalada, abaixo de 70%, nível considerado o ideal para atingir as metas de crescimento, avalia Bighinzoli. Na capacidade máxima, a empresa consegue produzir até 5 milhões de unidades por mês, mas hoje fabrica cerca de dois milhões.

"O menor nível de atividade na fábrica também foi influenciado pela alta nos custos de produção, que precisaram ser repassados para os clientes de marca própria, mais sensíveis a oscilações no preço", conta.

O empresário garante que não chegou a perder clientes de marca própria pelo aumento dos custos, mas diz que o nível de encomendas de alguns diminuiu cerca de 20%.

Distribuição

Segundo ele, para compensar essa retração a empresa vem buscando novos pontos de distribuição pelo País. Com maior presença no estado de São Paulo e na região Nordeste, a Boni quer ganhar mais espaço em outros estados. O empresário não revela quais regiões são o principal alvo da empresa para este ano.

De acordo com ele, o aumento das exportações também integra o plano de ampliação das vendas.

"Começamos a trabalhar para alavancar a comercialização no exterior em 2014, mas ainda é um projeto para os próximos 24 meses", diz. Ele cita o Uruguai, Paraguai e Honduras como alguns dos principais destinos da produção.

O objetivo da empresa, reforça Bighinzoli, é continuar fornecendo para os países da América do Sul e América Central, mas países do Oriente Médio e África também tem sido avaliados pela equipe de exportação da Boni Brasil.

"Hoje a exportação representa cerca de 5% do nosso faturamento, um valor muito baixo, mas queremos mudar isso", garante o empresário.

 

Veículo: Jornal DCI


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