Programa oferece proteção contra granizo, vendaval e chuvas
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) pretende expandir a área segurada do cultivo, um dos principais do Estado. Para isso, a entidade lançou, ontem, em parceria com a Tovese Corretora e AgroBrasil, o programa Arroz Protegido. A iniciativa passou por um projeto-piloto no ano passado e, agora, oferece a contratação de um seguro privado desenvolvido para atender as especificidades dessa cadeia produtiva. Na última safra, dos 1,1 milhão de hectares plantados, menos da metade ? cerca de 400 mil hectares ? tinha seguro, de acordo com dados do Ministério da Agricultura.
O seguro poderá ser acessado por todos os produtores gaúchos no ato da contratação dos custeios agrícolas para a safra 2015/2016. Ficam cobertos, dessa maneira, os sinistros de granizo, vendaval e necessidades de replantio por excesso de chuva. Segundo o diretor executivo da Federarroz, Anderson Levandowski, apenas na região da Fronteira-Oeste, especialmente nas cidades de Uruguaiana e Itaqui, 5 mil hectares precisaram ser plantados novamente devido ao excesso de umidade. A cobertura do replantio também foi uma demanda oriunda de agricultores da Depressão Central, onde frequentemente ocorrem enxurradas após o cultivo.
Para Levandowski, o diferencial do seguro adquirido via Arroz Protegido é a sua funcionalidade, pois o programa leva em conta as especificidades da cultura arrozeira. "Na última safra, tivemos problemas com a chuva na largada, após plantio. Agora, em 2015, como o produtor deve trabalhar com margens mais apertadas devido ao alto custo e, além disso, há previsão de El Niño e, consequentemente, excesso de chuvas, é importante escolher a melhor forma de se proteger", destaca. A opção cabe ao produtor, uma vez que ele não é obrigado a contratar o seguro disponibilizado pelo agente financeiro concedente do crédito rural.
O diretor executivo da Tovese Corretora, Otávio Simch, esclarece que o prazo médio para a realização da vistoria técnica após a notificação do sinistro pelo agricultor deve ser de cinco dias, com o máximo chegando a 15 dias.
"Queremos implantar essa agilidade no atendimento para que o produtor possa continuar normalmente sua atividade e manejo de lavoura", afirma. Além disso, Simch destaca a simplicidade na análise e contratação do serviço. No momento do sinistro, o agricultor precisa apresentar apenas identidade, CPF e comprovante de residência. A definição sobre o percentual de perdas é efetuada em conjunto pelo perito e produtor ou agrônomo responsável.
O valor segurado é de R$ 4 mil por hectare, sendo que é indenizado o dano direto na planta. Ou seja, caso o produtor perca 80% de 15 hectares da lavoura, recebe 80% dos R$ 4 mil multiplicado pelos 15 hectares. Por outro lado, a prática mais frequente no mercado de seguros é restituir conforme a média de produtividade em toda a propriedade. "Trata-se de um formato diferenciado de cobertura, com uma operacionalização menos burocrática, e que leva em conta demandas do produtor de arroz, como a novidade do seguro para replantio por excesso de chuva", completa Levandowski.
Veículo: Jornal do Comércio - RS