Lojistas minimizaram perdas com encomendas menores neste ano

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Ovos, vinhos e peixes venderam menos na Quaresma

 



As redes supermercadistas do interior do Estado já esperavam que a Páscoa de 2015 não fosse ser das melhores. Por isso, se anteciparam à redução da demanda, diminuíram as encomendas junto aos fornecedores e não foram pegos de surpresa com o desempenho ruim da data comemorativa - considerada pelo varejo como uma das melhores do ano em termos de negócios. As vendas dos itens sazonais, como ovos de chocolate, peixes e vinhos foram inferiores ou iguais às do ano passado. Já a comercialização geral superou a mesma época do ano anterior, em função do período do mês.

No supermercado Candidés, de Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, a estratégia adotada para driblar a baixa demanda proveniente da mudança dos hábitos dos consumidores, aliada à menor renda, foi a redução dos pedidos. De acordo com o proprietário da rede, Gilson Teodoro Amaral, o cálculo das encomendas foi feito considerando um dia a menos de vendas.

"Mensuramos um dia de venda do ano passado, que já não tinha sido tão bom, e reduzimos os pedidos neste exercício. Assim, o impacto na hora dos resultados foi menor, porque já estávamos com um volume de produtos mais baixo. Isso evitou com que tivéssemos um grande volume de encalhe", diz.

Conforme Amaral, desde a Páscoa de 2014 é possível observar uma mudança do comportamento do consumidor em relação aos produtos típicos da data - especialmente aos ovos de chocolate. Ele destaca que tem sido cada vez menor o número de clientes que ainda opta por adquiri-los nas redes supermercadistas. "Hoje a maioria das pessoas busca as lojas especializadas ou os produtos gourmet", justifica.

Por isso os produtos encomendados pelas três lojas do Candidés junto aos fornecedores também foram diferentes em 2015. Segundo o proprietário, o foco maior foi destinado às caixas de bombons e aos chocolates tradicionais. "Observamos que a sobra neste ano foi bem menor", afirma.

Considerando o período como um todo, inclusive o da Quaresma, quando a procura por peixes, vinhos, batatas e condimentos é maior, houve incremento nas vendas. No entanto, Amaral ressalta que a alta pode estar atrelada ao início do mês. "No ano passado o domingo de Páscoa foi no fim de abril e muita gente não conseguiu guardar dinheiro e teve que adquirir menos itens. Para se ter uma ideia, somente a venda de pescados aumentou em 15% sobre o ano passado", revela.

Estratégias - O Supermercado Coelho Diniz, de Governador Valadares (Vale do Rio Doce) esperava uma alta de pelo menos 10% nas vendas da Páscoa, uma vez que também havia reestruturado seu planejamento para a data. Porém, de acordo com o proprietário, Ercílio Diniz Filho, a meta não foi alcançada. "Conseguimos apenas manter o mesmo nível de vendas do ano passado", conta.

Ainda assim, segundo ele, para chegar ao resultado foi necessária a adoção de uma série de ações, como promoções e produtos diferenciados. "Nos últimos anos a demanda pelos tradicionais ovos de chocolate das grandes marcas já não é a mesma. Temos que ser cada vez mais criativos se quisermos ter algum incremento nas vendas neste período", pondera.

Já a Comércio e Distribuição Sales Ltda (Supermercado Sales), com sede em Muriaé, na Zona da Mata, conseguiu ficar na contramão e registrou crescimento de 13% na Páscoa deste ano em relação à mesma época de 2014. Segundo o diretor comercial da rede, Célio Ricardo Rocha, as vendas se mantiveram fracas por todo o período da Quaresma, mas na última semana houve um incremento quando considerados todos os produtos e não apenas os sazonais.

"Se considerarmos apenas os tradicionais itens da Semana Santa e da Páscoa, nosso resultado permaneceu abaixo do alcançado em 2014. Mas quando analisamos as vendas como um todo, a alta foi de 13%, superando, inclusive, as expectativas". Rocha também acredita que o incremento esteja relacionado com o período do mês.

Tratando-se especificamente dos ovos de chocolate, o diretor comercial afirma que a rede já planejava vender 5% menos do que na Páscoa do ano anterior. "Realizamos apenas o que prevíamos e preparamos, antevendo a demanda menor. Isso aconteceu muito em função da alta dos preços que chegou a 18%", conclui.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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