ADM vende à Olam operação de cacau por US$ 1,3 bi

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Em mais um movimento de concentração no setor de cacau e derivados, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, a americana Archer Daniels Midland (ADM) chegou a um acordo com a Olam International Limited para vender seu negócio de processamento de cacau, por US$ 1,3 bilhão, sujeito a ajustes. Trading agrícola com base em Cingapura, a Olam é uma das maiores fornecedoras mundiais de cacau. De acordo com comunicado da ADM, o negócio deve ser concluído no segundo trimestre de 2015 e não interfere na venda da área de chocolates da ADM para a Cargill, anunciada em setembro deste ano.

"Nós continuamos a gerir nosso portfólio para criar valor ao acionista, melhorando o retorno e reduzindo a volatilidade dos ganhos", afirmou, em comunicado, a CEO da ADM, Patricia Woertz. "Essa transação nos permitirá redistribuir o capital para investimentos que ofereçam retornos melhores e menor volatilidade que o negócio de cacau, ou distribuir o excedente de capital aos acionistas, ou uma combinação de ambos."

Em setembro, na ocasião do anúncio do negócio com a Cargill, Patricia disse que a ADM manteria as operações de processamento de cacau, apesar de fechar a unidade do Estado americano da Pensilvânia.

O negócio abrange as operações brasileiras de cacau em Ilhéus (BA) e as demais instalações de processamento da ADM em Mississauga, no Canadá; Koog aan de Zaan e Wormer, na Holanda; Mannheim, na Alemanha; Abidjan, na Costa do Marfim; Kumasi, em Gana; e Cingapura. Estão incluídas as centrais de compra da ADM no Brasil, Camarões, Costa do Marfim e Indonésia, bem como as marcas da empresa deZaan e UNICAO. Os 1,5 mil funcionários da ADM nessa área serão transferidos para a Olam.

Procurada, a ADM no Brasil não se pronunciou sobre o assunto. Uma fonte do setor estima que a Olam - que ainda não tem operações com cacau no país - poderá dar um novo fôlego ao processamento da amêndoa, já que a ADM não estava "confiando" no segmento e não tinha interesse em ampliar a atividade.

Em comunicado, a Olam afirmou que o acordo com a ADM vai incorporar um dos maiores processadores e fornecedores de derivados de cacau, com oito fábricas e capacidade total de processamento de 600 mil toneladas da amêndoa, dez armazéns, duas usinas, quatro centros de inovação, a marca deZaan e sua franquia com mais de 2.150 clientes, e uma rede de comercialização em 16 países.

O negócio a credenciará como uma das três maiores processadoras de cacau do mundo. "Esta proposta de aquisição representa para a Olam se tornar um líder global integrado em um mercado com perspectivas de crescimento atrativas", disse Sunny Verghese, CEO da companhia. A Olam espera que o acordo traga sinergias de custos e receitas entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões.



Veículo: Valor Econômico


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