Fabricantes devem faturar mais com TV

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Mesmo sem o estímulo da Copa do Mundo, o mercado brasileiro de TVs não vai sofrer um efeito ressaca em 2015. Segundo executivos consultados pelo Valor, a expectativa é que as vendas se mantenham estáveis ou apresentem uma pequena queda em termos de unidades, mas que haja um avanço em termos de receitas.

 

 



A explicação para isso está no tipo de aparelho que estará no foco dos fabricantes. São os equipamentos de telas grandes, de mais de 46 polegadas, com tecnologias como a definição ultra-alta (ou 4K); os LEDs orgânicos (também conhecidos como OLED); e até um aprimoramento dos atuais LEDs - que representam mais de 90% das TVs vendidas no país. Por se tratarem de desenvolvimentos recentes das marcas, essas tecnologias permitem cobrar valores mais altos do que os modelos mais populares, o que ajuda a ter um melhor resultado no balanço geral.

LG e Samsung lançaram no Brasil neste ano TVs gigantes, de definição ultra-alta e tela de 105 polegadas que custam R$ 300 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Por mais que esses sejam produtos de nicho, que não vão vender em grandes quantidades, as poucas compradas certamente terão um impacto significativo para as fabricantes.

"As companhias estão animados com as novas tecnologias", disse Lourival Kiçula, presidente da associação brasileira de fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a Eletros. De acordo com ele, podem ser vendidas 15 milhões de TVs em 2015, o mesmo número projetado para este ano. O número da Eletros leva em consideração os equipamentos vendidos pelos fabricantes aos varejistas (o sell-out).

Na avaliação de Luciano Botura, gerente regional de vendas de TVs da Sony, esse patamar seria uma espécie de teto para o mercado local por conta da capacidade de produção dos fabricantes e do ciclo de troca de aparelhos pelos consumidores - na faixa de seis anos.

Para ele, o crescimento em valor é um movimento quase natural para o setor, tendo em vista que o movimento de queda de preços registrado em anos anteriores já não tem mais espaço para continuar. "As TVs de 32 polegadas, que representam a maior parte do mercado [30%], chegaram a um patamar de R$ 900 e não dá pra baixar muito mais que isso", disse.

De acordo com o executivo, em 2014 a fabricante dobrou o número de modelos de TVs com telas grandes e painéis com tecnologia 4K, chegando a oito. Para 2015, o portfólio ainda está sendo definido, mas a expectativa é ter um número maior de lançamentos.

Para Fernanda Summa, gerente de marketing de televisores da LG, os principais desafios são demonstrar as tecnologias aos consumidores no ponto de venda e também aumentar o número de lojas onde são vendidos os aparelhos mais avançados. Os modelos de OLED, por exemplo, que chegaram ao mercado no ano passado disponíveis em apenas algumas lojas, atualmente estão em 110 em todo o Brasil.

Hoje, a companhia lançou mundialmente uma linha de aparelhos que traz um aprimoramento dos modelos LED atuais. Batizadas de "quantum dot", essas TVs oferecem uma melhoria na qualidade das imagens que as deixa bem próximas ao que se tem nos aparelhos OLED, mas com um preço mais acessível. A estimativa é que as novas TVs sejam lançadas no Brasil até o meio do ano que vem, já com produção local.

A expectativa é que a Samsung também apresente uma linha de produtos com a tecnologia quantum dot durante a CES, maior feira de tecnologia do mundo, que acontecerá em Las Vegas entre 6 e 9 de janeiro.



Veículo: Valor Econômico


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