Hypermarcas quer fazer alianças com farmacêuticas

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A fabricante de medicamentos e produtos de consumo Hypermarcas estuda alianças estratégicas na área farmacêutica, disse ontem o presidente da empresa, Claudio Bergamo. "Não é nada para o curtíssimo prazo, mas é um caminho que estamos olhando além do crescimento orgânico", afirmou o executivo, durante apresentação anual para analistas e investidores.

 

 



"Recentemente viajamos para a Índia para conhecer possíveis parceiros e novos mercados", contou. Segundo Bergamo, a indústria indiana tem 45% do mercado americano de genéricos. Ele citou, entre as principais empresas: Glenmark, Cipla, Cadila, Dr. Reddy's, Ranbaxy e Sun Pharmaceutical. "Percebemos nessa viagem que quando as empresas entenderam o que é a Hypermarcas, viram o grande potencial de compartilhar tecnologia". Só cerca de 20% da receita dessas companhias é gerada na Índia, segundo Bergamo. "Muitas delas tentaram fazer negócios no Brasil e, em sua maioria, chegaram à conclusão que a barreira de entrada é muito grande. Elas perderam muito dinheiro aqui e disseram que só entram no Brasil com alguém que conhece o mercado".

As alianças com indústrias internacionais são avaliadas como parte da estratégia da companhia para ocupar espaços em branco no mercado farmacêutico. A Hypermarcas compete em 51% de todos os tipos de medicamentos oferecidos no mercado brasileiro e quer chegar a 78% em três a cinco anos. Para isso, está desenvolvendo mais medicamentos. "Mas também queremos trazer produtos que existem lá fora e ainda não estão no Brasil", disse Bergamo.

A Hypermarcas é líder no mercado brasileiro de medicamentos OTC (isentos de prescrição médica), com marcas como Gelol, Rinosoro, Apracur, Atroveran e Benegrip. A empresa é a segunda colocada no segmento RX (com prescrição), atrás da Novartis, e terceira em genéricos, após EMS e Sanofi.

Luiz Violland, presidente da divisão farmacêutica da Hypermarcas, disse que a empresa quer crescer em vitaminas - categoria em que tem 27% das vendas e pode atingir 80% -, medicamentos para diabetes e para o sistema nervoso.

Bergamo contou que o bloco de controle da fabricante tem discutido até que ponto o nome Hypermarcas traduz o que a companhia é hoje. O nome foi adotado em 2007, quando a companhia iniciou uma série de aquisições - foram 23, até 2010. Atualmente, 65% dos negócios da Hypermarcas são considerados do segmento farmacêutico. Esse percentual inclui preservativos, adoçantes e protetores solares. Tais categorias são geridas pela divisão de consumo da empresa, mas, segundo Bergamo, são classificadas mundialmente como produtos farmacêuticos.

Os outros 35% dos negócios se referem a produtos de higiene e beleza. Segundo Bergamo, apenas 15% da receita total da Hypermarcas, no entanto, seria impactada por um possível aumento da carga tributária sobre o setor de cosméticos. Reportagem da "Folha de S. Paulo" de ontem informou que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff estuda elevar a alíquota de PIS/Cofins sobre importados e aumentar a tributação ao setor de cosméticos em 2015, para equilibrar as contas públicas. O Valor havia informado, em fevereiro, que o governo estudava essa possibilidade, mas o Ministério da Fazenda prometeu, em abril, que consultaria o setor antes de uma decisão. O presidente da associação nacional das indústrias de higiene e cosméticos, João Carlos Basilio, disse ontem que não houve nenhuma reunião recente com o governo. "Acredito que qualquer coisa que seja terá validade apenas em 2016", afirmou Bergamo. As ações da Hypermarcas fecharam em queda de 4,7% ontem. Os papéis da Natura, líder do setor, recuaram 5,2%.



Veículo: Valor Econômico


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