Confiança do comércio caiu 1,6% em outubro

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,6% em outubro ante setembro, já descontados os efeitos sazonais, informou ontem a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em relação a outubro de 2013, a queda foi ainda mais intensa, de 11,1%. O resultado, de acordo com a entidade, afasta a percepção de retomada no nível de atividade do comércio, pelo menos no curto prazo.

"Aos 111,5 pontos, restando menos de dois meses para o final do ano, o resultado de outubro consolidou 2014 como o ano de menor confiança por parte dos empresários do comércio desde a criação do índice, em 2011. A confiança dos empresários do comércio é bastante sensível ao desempenho das vendas, e 2014 deverá registrar o menor crescimento de vendas dos últimos 11 anos", afirmou o economista da CNC Fabio Bentes, em nota.

Segundo a CNC, as variáveis emprego, renda e crédito, que têm relação direta com o desempenho das vendas do comércio, ainda não mostraram recuperação. Como resultado, o indicador de expectativas dos empresários recuou 2,6% em outubro ante setembro, diante de um menor otimismo com o desempenho da economia brasileira. Também recuaram os subíndices de condições atuais (-0,9%) e de investimentos (-1,0%).

Entre os investimentos do setor, destaca-se a menor intenção de aquisição de estoques (-1,8% ante setembro) e contratação de mão de obra (-1,2%). O ajuste se deve, segundo a CNC, à desaceleração da atividade do comércio nos últimos 12 meses.

Nas condições atuais, 71,8% dos empresários avaliam que a situação econômica está pior do que há um ano. Com isso, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) chegou a 80,8 pontos, o menor nível da série.

"Os últimos dados do mercado de trabalho ainda apresentam desaceleração e a recente elevação da taxa básica de juros não deverá estimular o consumo das famílias por meio da expansão do crédito. Nesse cenário, o varejo deverá continuar a registrar crescimento ainda tímido", previu Bentes.

Estimativa para 2015 - As condições atuais da economia brasileira indicam que o início de 2015 será de vendas fracas no comércio, dando seqüência ao desempenho observado ao longo deste ano, afirmou o economista da (CNC.

"Temos uma previsão de que, até abril (de 2015), as vendas devem crescer entre 2,5% e 3,5% (em relação a igual período do ano anterior). Será muito mais parecido com 2014, um ano de crescimento fraco. Com as condições atuais, não tem muito como recuperar", disse Bentes, citando ainda a recente retomada das altas na taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No último dia 29, a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual, para 11,25%.

Nesse contexto, a previsão de crescimento de 2,6% nas vendas do Natal em relação ao desempenho de 2013 está com viés de baixa. O resultado deverá ser o pior em 11 anos, ressaltou Bentes. A previsão de vendas do varejo restrito (sem veículos e material de construção) para o ano todo de 2014, atualmente em alta de 3,5%, também deve ser ajustada para baixo diante dos dados mais recentes de comércio e mercado de trabalho.

Segundo o economista, uma inflação mais baixa seria determinante para a recuperação do comércio, seguida posteriormente por uma redução nas taxas de juros. "Sabemos que a inflação vai ceder, mas o comércio vai pagar um pouco desse preço. Haverá uma desaceleração no consumo de bens, pois os serviços são mais resistentes à Selic", ressaltou Bentes. (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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