Lojistas baianos cobram juro menor e mais crédito

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Paula Janay Alves


Após resultados abaixo das expectativas durante a Copa do Mundo e nas principais datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados e São João, o comércio baiano espera uma melhora no mercado financeiro para recuperar o fôlego e investir nas vendas do final de ano.

Segundo o presidente da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia), Antoine Tawil, os varejistas enfrentam um momento de juros altos, prazos pequenos e pouca oferta de crédito.

"A nossa aposta é que esse cenário se reverta imediatamente para poder salvar o ano em dezembro e novembro e compensar as vendas fracas acumuladas no segundo semestre. Para isso teria que ter uma solução rápida de injeção de dinheiro, com linhas de crédito que deixem o varejista com fôlego e com taxas mais humanas", afirma Tawil.

Os juros para o setor variam conforme o porte do negócio. Para pequenos varejistas, as taxas são, em média, de 2,5% ao mês para antecipação de recebíveis (utilizada para aumentar o capital de giro do negócio).

"As instituições financeiras, ao travarem o crédito, travam o comércio como um todo. O comércio vive com 70% de financiamento. O produto de valor agregado alto necessita de financiamento e prazo. Esse prazo hoje é inexistente no mercado", diz o presidente da FCDL.

Resultados

A última Pesquisa Mensal do Comércio divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirmou o ânimo e baixa expectativa dos empresários às vésperas da
Copa do Mundo de 2014.

Em junho, o volume de vendas no varejo baiano caiu 1,8%, em comparação a maio deste ano. Quando comparado ao mesmo período de 2013, houve crescimento de 2,7%.

De acordo com o presidente da Fecomércio (Federação do Comércio da Bahia), Carlos Andrade, a expectativa era de que a queda fosse maior. "Refletiu pouco, embora esteja doendo no bolso dos empresários. O mês de junho realmente foi ruim. Em julho vai ter uma queda também", afirma Andrade.

A situação econômica brasileira de inflação em alta, juros maiores e queda no consumo fazem o consumidor ficar retraído, segundo o presidente do Sindilojas (Sindicato dos Lojistas do Comércio da Bahia), Paulo Mota.

"É uma tendência lamentável como o comércio vem se comportando no Brasil em todo 2014. Há um reflexo de contenção de consumo", diz.

Shopping centers

Normalmente com melhor desempenho do que o restante do varejo, o setor de shopping centers cresceu 1,6% no Brasil em junho de 2014, em comparação ao ano anterior.

Foi um desempenho fraco quando comparado aos crescimento de maio de 2014, fechado em 6,37%. O setor espera terminar o ano com crescimento de 8%.

"Se considerar a inflação, o resultado vai ser pequeno. Se não houver uma recuperação até o final do ano, a tendência é que o número de empregos temporários seja menor", afirma o coordenador da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) na Bahia, Edson Piaggio.




Veículo: A Tarde - BA


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