Farmácia: quase uma loja de conveniência

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Já se foi o tempo de apenas vender remédios. O comércio de cosméticos, perfumaria e alimentos nestes locais não só ampliou a presença das grandes redes como caiu no gosto do consumidor

 



Além dos medicamentos, os produtos de higiene e beleza, os cosméticos e os alimentos têm espaço garantido nas farmácias. Não é para menos: nos últimos cinco anos, as vendas nas grandes redes estão sendo impulsionadas por esses produtos. Só no ano passado, o crescimento do comércio de não medicamentos foi de 19,17% em comparação a 2012, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O faturamento das redes com a comercialização desses produtos foi de R$ 9,3 bilhões. Diante deste cenário, o Nordeste surge como mercado de grande potencial a ser explorado.

É o que afirma o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Barreto. “O crescimento da venda de não medicamentos ocorreu por conta da melhoria de renda dos brasileiros, que elevou o desejo da população por produtos melhores”, contextualiza. Ele diz que o investimento das farmácias em linhas de cosméticos, perfumaria e alimentos atinge essencialmente o público feminino. “Cerca de 70% das pessoas que entram numa farmácia são mulheres. E hoje elas têm mais acesso ao mercado de trabalho, possuem uma renda maior e passaram a consumir regularmente produtos que antes apenas experimentavam”, afirma.

O potencial da região Nordeste, segundo Barreto, justifica-se pelo fato de que as redes ainda estão chegando aos municípios do interior, que possuem um mercado latente. “O desejo das pessoas em mercados emergentes, que é o caso do Nordeste, é muito superior ao de locais em que esse cenário já se estabilizou, como no Sudeste.” A tendência, avalia ele, é de que as vendas registradas no mercado nordestino superem as da região Sudeste.

Ele lembra que as redes de farmácia perceberam esse cenário econômico e passaram a apostar em novos formatos de lojas. “Elas investiram em dermocosméticos, começaram a criar seções exclusivas para esses produtos e passaram a atrair novos clientes, que estavam em busca de comodidade.”

Nas Farmácias Permanente, por exemplo, a venda de não medicamentos cresceu 9% só em fevereiro, segundo o supervisor responsável por Recife, Jean Flávio. “No mesmo período, a venda de remédios subiu 5%”, compara. Ele diz esse cenário vem acontecendo desde o ano passado. “Antes, as pessoas iam aos supermercados se quisessem adquirir esses produtos, mas a facilidade faz com que elas procurem mais as farmácias”, diz. Ele informa, ainda, que a rede vem buscando trabalhar mais a exposição dos perfumes e cosméticos dentro das unidades para alavancar as vendas.

De acordo com o presidente da rede Pague Menos, Deusmar Queiroz, 30% das vendas registradas pelas mais de 400 unidades em todo o país são referentes a cosméticos, produtos de higiene e beleza ou alimentos. “Isso é algo que está acontecendo nos últimos cinco anos. Para acompanhar a tendência, estamos melhorando nossos expositores e também investimos em produtos mais sofisticados, já que o consumidor está mais exigente.” A rede inaugurou, recentemente, um centro de distribuição (CD) no Cone Suape, na cidade do Cabo.

“Pernambuco é a maior força econômica da região. Hoje, o Ceará ainda é o nosso principal mercado, mas pelo ritmo de vendas nos próximos cinco anos Pernambuco será nossa principal praça no Nordeste.” Só no ano passado, a rede cresceu 14,5% em todo o país.



Veículo: Diário de Pernambuco


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