Papelarias e livrarias de Belo Horizonte esperam crescimento de 20% nas vendas

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O período entre dezembro e fevereiro chega a representar mais da metade da venda anual de papelarias e livrarias, devido ao Natal e, sobretudo, às listas de materiais escolares. Com o objetivo de ampliar os negócios em até 20% no período, em relação aos anos anteriores, alguns dos estabelecimentos com unidades na Capital e interior de Minas Gerais anteciparam as encomendas às indústrias e triplicaram a equipe de atendentes. No entanto, as empresas precisam conviver com vários desafios, como o avanço da concorrência e elevada carga tributária.

A rede Leitura, com 21 lojas distribuídas pelo Estado, prevê expansão real de 10% das vendas, na comparação com o mesmo intervalo de 2012. Segundo o diretor de Marketing, Gervásio Teles, a empresa antecipou uma parcela dos pedidos, com o objetivo de negociar preços mais competitivos junto aos fornecedores e, conseqüentemente, oferecer valores mais vantajosos aos clientes. A empresa ainda investe em mais opções de produtos que passaram a ser mais demandados nos últimos anos, como mochilas e cadernos diferenciados. "Embora a economia não esteja muito aquecida, apostamos nessas estratégias para atingir as metas estabelecidas", informa Teles.

No período, a equipe de atendentes também é reforçada, podendo ser dobrada ou triplicada, conforme a necessidade específica de cada unidade. Na Leitura, as vendas efetuadas entre dezembro e fevereiro chegam a representar metade do faturamento anual da rede.

A Port, com quatro lojas na Capital e uma em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), prevê crescimento de 20% sobre 2012. A supervisora de varejo, Lícia Pires, relaciona a expectativa otimista aos baixos índices de desemprego e aumento da renda. "Antigamente, a lista de materiais era muito mais restrita. Há uns três anos, observamos que muitos pais trocam as mochilas e merendeiras dos filhos anualmente e passaram a optar pelas marcas líderes de mercado, ou seja, produtos de valor mais elevado e maior qualidade", analisa.

Os estabelecimentos que não pertencem às grandes redes também aguardam com ansiedade a chegada do período mais rentável para o segmento. A Dumec, com duas unidades nas avenidas mais movimentadas da região de Venda Nova, já iniciou a contratação de funcionários temporários para o intervalo de dezembro a fevereiro, responsável por gerar 70% da receita anual. Contudo, o sócio-proprietário, Aurelídeo de Oliveira, teme que uma possível antecipação do início do ano letivo, em decorrência da Copa do Mundo, impacte os negócios negativamente.


Lealdade -
Na visão de Oliveira, caso as aulas comecem em janeiro, a demanda das listas de material e do Natal vão chegar ao mesmo tempo. "Dessa maneira, não vamos ter condições de atender a todos os clientes e podemos perder algumas vendas, mesmo dobrando o número de atendentes nas lojas. Mas, caso não haja alterações no calendário, a variação positiva em relação a 2012 deve ser de 5%", projeta. Para atrair o consumidor, Oliveira aposta em preços mais competitivos e na lealdade da clientela, uma vez que a empresa está há 30 anos no mercado.

A Crepon Papelaria, com uma unidade no bairro Serra, região Centro-Sul, não é tão otimista. A proprietária, Soraia Duarte, ressalta que a venda de material escolar já não é mais tão rentável como há alguns anos, devido a mudanças na tributação, que aumentaram o valor dos impostos e achataram as margens de lucro. Em relação aos livros didáticos, ela ressalta que as editoras reduziram a comissão dos revendedores de 30% para 20%, além da concorrência, cada vez mais acirrada.

Devido a esses motivos, a maior receita da loja passou a corresponder a venda de presentes. "Entretanto, eu mantenho a venda dos materiais escolares para atender aos nossos clientes antigos e também à demanda dos pais que têm filhos em escolas próximas à loja. O meu faturamento bruto no período é bastante elevado, mas também são as despesas", pondera.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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