Setor varejista deve somar 38 lançamentos até o fim do ano

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A palavra retração parece não fazer parte do dicionário da indústria de shoppings. No século XXI não houve um único ano de queda nos negócios, nem mesmo no auge da crise econômica internacional, em 2009. Em 2012, o faturamento cresceu 10,64%, para R$ 119,5 bilhões e foram inaugurados 27 empreendimentos, um recorde. Que já foi batido em 2013. Até agora, 32 novos shoppings já entraram em operação e outros 6 têm abertura programada até o início de dezembro.

O Atrium Shopping, instalado em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, é um dos novos centros de compras da Nassau Empreendimentos. Destinado às classes C e D, vai integrar um complexo multiuso da Brookfield Incorporações, com uma torre comercial com 450 salas, cinco torres residenciais e dois hotéis. Com 30 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), está projetado para ter aproximadamente 200 lojas, 20 operações na praça de alimentação e sete salas de cinema.

A Nassau fechou acordo com o governo do Estado e a prefeitura de Santo André e vai ceder um espaço de 3 mil metros quadrados no terceiro piso, onde será instalado o primeiro Poupatempo da cidade, antiga reivindicação dos moradores. A inauguração está prevista para 2014. Em contrapartida, o poder público prometeu reativar uma antiga estação da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) localizada atrás do shopping, facilitando o acesso ao Atrium. "O investimento a ser feito no Poupatempo é justificado pelo aumento de 3 mil pessoas por dia que deverão procurar o equipamento para tirar documentos. Certamente muitas delas virão conhecer o shopping", explica Marcos Romiti, presidente da Nassau.

Para o empresário, um shopping do porte e com as características do Atrium precisará de aproximadamente três anos para alcançar a maturação. O empreendimento, que exigiu investimento de R$ 250 milhões, começou a funcionar com menos de 50% das lojas - nove das dez âncoras, no entanto, estavam abertas. "Estamos com 145 contratos assinados, mas os lojistas estão com dificuldades para cumprir os prazos até por falta de mão de obra para executar os serviços. Mas no Natal pelo menos 120 lojas estarão em operação", garante Romiti.

A zona oeste do Rio de Janeiro passou por um crescimento populacional explosivo, de 150% na última década, como mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bairros instalados na região receberam um grande número de empreendimentos imobiliários e, a exemplo de Campo Grande, foram beneficiados por obras viárias, como o corredor Transoeste e o túnel da Grota. A expectativa é de a expansão continuar a todo o vapor porque a zona oeste ainda vai receber grandes obras de infraestrutura de transportes até a Olimpíada de 2014.

A Multiplan escolheu Campo Grande para receber o primeiro shopping da empresa instalado em uma área predominantemente de classes B e C. Com 300 mil habitantes e um público potencial de 650 mil pessoas em sua área de influência, a até 20 minutos de distância percorrida de carro ou ônibus, o ParkShopping Campo Grande tem a proposta de ser voltado para o lazer e o entretenimento. "Desenvolvemos um intenso programa cultural, com a realização de peças infantis e shows estrelados por artistas locais", explica Paulo Bittencourt, superintendente do centro de compras, que tem seis salas de cinema e parque de diversões indoor, a HotZone, com opções para adultos e crianças. Resultado de um investimento de R$ 300 milhões, o ParkShopping, perto de completar um ano de atividade, tem com 90% de suas 259 lojas locadas.

O mall incorpora grandes tendências do setor. O Boulevard Goumert, com seis restaurantes, foi instalado na parte externa, com vista para um lago. Muitos detalhes em vidro deixam passar a iluminação natural, reduzindo as despesas com energia elétrica. Ele conta com um sistema de tratamento para propiciar o reúso da água nos tanques de refrigeração e vasos sanitários. Ao que tudo indica, a receptividade dos clientes é boa. "De janeiro a outubro, o fluxo de clientes aumentou em 50% e nossas âncoras e a praça de alimentação estão com um desempenho muito bom", diz Bittencourt.

Já o Golden Square Shopping Center, em São Bernardo, no ABC paulista, se propõe a atender ao público das classes A e B - estudos do Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano mostram que 57,8% das famílias da região pertencem a esses estratos de renda. O empreendimento ocupa o mesmo espaço onde, até 2007, funcionava o Golden Shopping. Mas reabre as portas repaginado, com 93 mil m2 de área construída, três vezes mais que o antigo, com amplos corredores, muita luz natural e 200 lojas em 31 mil m2 de ABL - 120 operações estavam prontas na inauguração.

"O fluxo médio está por volta de 15 mil pessoas por dia, bem acima do esperado", comenta Cláudio Membri, superintendente do shopping. A inauguração foi precedida de uma campanha inédita desenvolvida junto aos moradores, que eram convidados a conhecer um vizinho antigo que estava voltando para o bairro. Em seguida, recebiam um pedido de desculpas pelos transtornos causados pelas obras, eram convidados a ir ao Golden Square e ganhavam um bolo de presente. "Também mantivemos alguns equipamentos que faziam parte da memória afetiva dos frequentadores, como a pista de patinação, que chega em uma versão mais moderna e confortável." Resultado de um investimentos de R$ 400 milhões, o novo mall oferece um presente adicional à população de São Bernardo: 7 mil empregos diretos e indiretos criados pelo mall da Ancar Ivanhoe.



Veículo: Valor Econômico


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