Grupos criam alternativa às compras coletivas

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Para capitalizar o potencial do comércio eletrônico - cujo faturamento este ano deve crescer 25% ante 2012 e chegar a R$ 28 bilhões no Brasil - o setor buscou se adaptar em 2013. Especialistas apontam que algumas tendências, como os marketplaces e o desenvolvimento de alguns nichos específicos, devem ganhar ainda mais força no ano que vem. Enquanto isso, alguns modelos, como o de compras coletivas, mostram sinais de esgotamento.

De olho nessas alterações, o Peixe Urbano está reposicionando a marca no e-commerce. Lançado em março de 2010 como um dos pioneiros da plataforma de compras coletivas, a companhia está elaborando uma série de mudanças para se tornar um "shopping de ofertas", conforme define a diretora de comunicação do player, Leticia Leite.

"Queremos mostrar que aquele modelo inicial evoluiu, que oferecemos vários benefícios não existentes até então", comenta Leticia. "Não focamos mais no modelo de push, empurrando ofertas que levam a compras impulsivas. Hoje trabalhamos com um modelo de pull, buscando que os usuários entrem no site e achem aquilo que procuram."

Ela destaca que todas as mudanças feitas pelo Peixe Urbano de 2010 para cá foram testadas e feitas gradualmente. A executiva aponta as principais alterações. "Vimos que um número mínimo de compras para validar a oferta não era necessário e implementamos um número máximo, focando em qualidade do produto e do atendimento, não na quantidade. Também mudamos a variedade de ofertas, antes majoritariamente de gastronomia e estética, e hoje com um leque bem maior, englobando serviços, turismo e cursos."

Desgaste do modelo


Na opinião da especialista em e-commerce e comportamento do consumidor, Fátima Bana, o modelo de compras coletivas se esgotou. "Essa plataforma poderia ter dado certo, mas varejistas e fornecedores em geral não estavam preparados para vender o serviço. Restaurantes não se adaptaram, clientes reclamavam de ser tratados de forma distinta por carregarem um papel impresso e o brasileiro mostrou certa rejeição ao cupom."

Para a diretora de comunicação do Peixe Urbano, o modelo vingou, mas precisou se adaptar para acompanhar a expansão do e-commerce. "Muitas características deram certo e continuam presentes no modelo atual, por isso tratamos mais como uma evolução do que como uma mudança drástica."

Um dos atuais focos do Peixe Urbano é o desenvolvimento da funcionalidade chamada de "Use Agora", em que o cupom é dispensado e o cliente pode aproveitar a oferta imediatamente após a compra. O atual objetivo é expandir esse serviço, relatou Leticia em entrevista ao DCI. "Começamos no Rio de Janeiro e em São Paulo para ver a aceitação e definir o modelo. Já estamos fechando ofertas em outras cidades e nosso plano é fazer essa implementação simultaneamente no locais em que atuamos. "

A empresa está presente em 13 cidades, reúne mais de 30 mil parceiros que disponibilizaram 70 mil ofertas dos segmentos de estética, gastronomia, turismo, eventos culturais e entretenimento. Ao todo, são cerca de 20 milhões de usuários cadastrados.

Nova onda


Enquanto as compras coletivas mostram desgaste, a próxima tendência do comércio eletrônico já está definida para o futuro próximo. De acordo com o especialista em e-commerce e diretor de marketing e vendas da VTEX, Alexandre Soncini, que fornece soluções a varejistas, os marketplaces (que reúnem diversos vendedores sob uma única bandeira) devem ganhar força.

Para Soncini, um número cada vez maior de companhias deve apostar nesta plataforma. "Toda ideia no mundo digital surge, é adotada por entusiastas e pela massa, se consolida e começa a ganhar corpo. Com leilões virtuais foi assim lá em 2004 e com compras coletivas também, e muitas empresas morreram quando essa bolha estourou, principalmente as despreparadas", afirma. "A próxima onda que enxergo são marketplaces, e hoje já vemos nomes como Rakuten, Extra e Walmart evoluindo, levando outros varejistas para o mesmo caminho."

O especialista ressalta que hoje o varejo virtual já é algo concreto e bem difundido, mas que deve encontrar novas formas para se rentabilizar. "Há uma pressão muito grande para que as lojas se sustentem no e-commerce. O comércio eletrônico não é uma mina de ouro inicialmente, e agora é um momento em que empresas têm de aumentar a receita e cortar custos para evoluir."

Outro destaque do setor são as vendas em dispositivos móveis (mobile commerce, ou m-commerce). De acordo com dados do E-bit, o volume transacional dessas compras em junho de 2013 corresponde a 3,6% de tudo que é comercializado on-line. Embora discreta, essa porcentagem é maior do que em junho de 2012, quando equivalia a 1,3%.



Veículo: DCI


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