Vendas pela web ainda são pouco exploradas

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Mesmo que o mercado de seguros on-line no Brasil esteja em plena ascensão, com o surgimento, nos últimos anos, de várias empresas especializadas, esse modelo de compra pela web ainda representa menos de 1% do setor de vendas de seguros no país.

Os empresários do setor concordam sobre o potencial de crescimento desse mercado, principalmente se comparado a de outros países, onde a prática está consolidada - na Inglaterra, a venda de seguros on-line domina 50% das vendas -, mas divergem sobre o ritmo de crescimento.

Do time dos otimistas, o empresário português João Cardoso, co-fundador da TaCerto (www.tacerto.com), cujo slogan é "Nunca Foi Tão Fácil Contratar Seu Seguro!", aposta na facilidade que o consumidor terá para contratar seguros sem sair de casa. E também na possibilidade de cotar, via computador, valores praticados por diversas seguradoras para que a venda de seguros on-line repita fenômeno de vendas on-line de passagens aéreas ou até mesmo de sites como o Buscapé, o maior site de comparação de preços e produtos do país.

"Não escolhemos o Brasil apenas pelo potencial de crescimento do mercado, praticamente inexplorado, mas pelas condições que ele possui para crescer em ritmo acelerado", afirma Cardoso, que tem como sócio na TaCerto o investidor alemão Vincent Deranyi, ex-J. P. Morgan e co-fundador da Dafiti.com.br, segunda maior loja de vendas de calçados pela internet. Para Cardoso, além da estabilidade econômica, o Brasil ocupa, segundo dados da ComScore (empresa de pesquisa de mercado digital), a oitava colocação no ranking de 43 países com maior número de acesso à internet. "Se contar o fenômeno da nova Classe C e a explosão na venda de automóveis", diz Cardoso.

A TaCerto, além de seguros para veículos, trabalha com seguradoras de viagens, de seguro residencial, saúde, odontológico, de acidentes, de vida e de outros segmentos. "Estamos numa fase de transição para um mercado que, maduro, vai crescer assustadoramente nos próximos anos. Daqui a cinco anos não duvido que atinja 30% das vendas de seguros do país", afirma Cardoso.

"O cliente que hoje compra um carro, não pensa apenas no seguro do veículo, mas já começa a se habituar a fazer um plano de saúde, um seguro de viagem e, se ele vai aumentar o seu investimento no setor, é fundamental que ele consiga fazer uma ótima e criteriosa busca pelos melhores preços e serviços", diz Cardoso.

O empresário Marcelo Blay não tem dúvidas sobre o potencial de crescimento dos seguros on-line. Se não fosse assim, ele não teria vendido parte do seu patrimônio para fundar a Minuto Seguros (www.minutosegu ros.com.br), que vendeu o primeiro contrato em dezembro de 2011 e desde então mantém um crescimento de 10% ao mês nas vendas.

Mas mesmo assim, Blay, ao contrário de João Cardoso, o seu concorrente direto, não acha que esse crescimento do setor, de uma forma geral, será tão rápido e vertiginoso. "Se, em cinco anos, chegarmos a um crescimento de 7% já será uma façanha", afirma Blay, que lista uma série de obstáculos para que o Brasil chegue ao grau de maturidade de mercados já consolidados, como o inglês e o canadense. É preciso, segundo ele, quebrar alguns paradigmas. "O brasileiro médio não compra seguros. Ele faz basicamente seguro de carro, mas mesmo assim não tem o costume de comprar uma cobertura contra terceiros", afirma Blay.

Ex-vice-presidente da Itaú Seguros, ex-executivo da Porto Seguro por cerca de dez anos - o avô dele, Abrahão Garfinkel, mito do setor de seguros, foi o responsável por colocar o Porto Seguro nos trilhos -, Blay também acredita que o fato de o Brasil ser um país onde há um acesso grande de pessoas à internet não quer dizer que esse contingente vai virar uma massa consumidora, muito menos de um produto como o seguros.

"É outro paradigma a ser quebrado. O seguro não é algo 'físico' e ainda há muita resistência em adquiri-lo sem contar com a ajuda do intermediário convencional, do corretor", afirma Blay. A Minuto Seguros também comercializa diversos tipo de seguros - os de automóvel e de viagem que não são vendidos on-line - o restante por telefone.

Criada em 2011 - e no ar desde 2012 - a Bidu, outra plataforma on-line para cotação e contratação de seguros, completou um ano de operação em junho e também exibe, assim como as duas concorrentes citadas, números promissores. O seu diferencial também está na agilidade e praticidade: em cinco segundos o internauta que acessar o site da empresa (www.bi du.com.br) pode fazer, ao mesmo tempo, cotações de oito grandes seguradoras do país. A Bidu, fundada por Eldes Mattiuzzo, executivo com 17 anos de experiência no mercado financeiro, realiza 30 mil cotações de seguros para automóveis por mês e espera faturar mais de R$ 40 milhões em 2013.



Veículo: Valor Econômico


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