Metropolitan não afetou comércio de rua de Betim

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Moradores da região ainda não dispensam comprar perto de casa.

A inauguração do Metropolitan Shopping Betim, localizado em cidade homônima da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mais precisamente na altura do quilômetro 492 da rodovia Fernão Dias, não impactou negativamente o comércio de rua da cidade. Para os lojistas, a abertura do centro de compras e o aumento da concorrência motiva os estabelecimentos a se qualificarem ainda mais, com o objetivo de competir com as grandes redes varejistas que começaram a operar no município.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Betim, José Barbosa, o mall atrai, em um primeiro momento, consumidores interessados em conhecer um empreendimento de grande porte. Entretanto, ele aponta diferenças entre o público que opta por freqüentar o shopping e o que prefere continuar recorrendo ao comércio de rua. "Os moradores de Betim preferem comprar perto de casa e, portanto, não devem deixar de freqüentar as lojas de rua. Já o shopping atende mais a habitantes de cidades próximas e viajantes", ressalta.

A localização estratégica do Metropolitan é, sem dúvida, atraente para consumidores de municípios de menor porte, carentes de opções de comércio. Entre os locais mais próximos está Contagem, Ibirité, Mário Campos e Sarzedo.

Barbosa acrescenta que, como o crescimento de Betim é constante, há demanda para todo o tipo de comércio. De qualquer maneira, ele ressalta que essa é uma oportunidade do varejo localizado fora dos grandes centros de compras se profissionalizar ainda mais, atribuindo mais atenção a aspectos como bom atendimento e mix ainda mais completo. Além disso, o presidente da CDL ressalta a necessidade de traçar alternativas para problemas relacionados à falta de estacionamento, responsável por impedir a chegada de um fluxo mais expressivo de consumidores.

A loja Carlaile Sports, em funcionamento há mais de quatro décadas no centro de Betim, investiu em uma reforma com o objetivo principal de fidelizar ainda mais a clientela e evitar a perda de clientes não apenas para o Metropolitan, mas também para o Monte Carmo Shopping, também em Betim, cuja abertura está prevista para outubro. Assim, a loja passou a ocupar um espaço de 110 metros quadrados, antes tinha 80 metros quadrados. "O espaço maior nos permite ter mais variedade de produtos e, assim, evitar a falta de qualquer tipo de mercadoria para o cliente", enfatiza a sócia-proprietária, Fabiana Pedrosa.

Os resultados do investimento já se refletem na ponta do lápis. De acordo com a empresária, as vendas de julho foram aproximadamente 15% maiores em relação a idêntico mês do exercício passado, percentual superior em relação à média alcançada até então. Na visão dela, o comércio precisa delinear ações para se renovar constantemente. Para aqueles que não tiverem os recursos disponíveis para investir em reformas maiores, ela aconselha pequenas intervenções para tornar o ambiente mais agradável e um atendimento mais eficiente.

O proprietário de cinco diferentes lojas localizadas na região Armazém, Central de Betim, Meu Bebê, Selma Aviamentos e duas unidades da Roupa Mágica, Hari Faria Rousso, observa que as metas de venda estabelecidas continuam sendo cumpridas. "Na minha visão, o Metropolitan atende mais as pessoas das cidades vizinhas, enquanto as lojas de rua estão voltadas para os moradores de Betim. Porém, vale lembrar que o shopping não está completo e muitas operações ainda serão inauguradas", lembra.


Investimentos - Embora não tenham sido observados quaisquer impactos negativos, Rousso revela a intenção de investir fortemente em ações relacionadas à divulgação, com destaque para alguns períodos específicos, como as épocas em que o shopping estiver em liquidação, além das datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães, celebrações que mais beneficiam o varejo.

A proprietária da Sapataria da Cidade e da Jussara Martins Calçados, Jussara Lara, identificou no Metropolitan uma oportunidade para expandir os negócios e investiu na inauguração de mais um unidade da Jussara Martins, dessa vez no centro de compras. Ela também percebe que o público do shopping é majoritariamente formado por residentes de outros municípios, enquanto os betinenses preferem, em sua maioria, o centro do município.

Em relação aos negócios no mall, ela afirma que, em um primeiro momento, os clientes chegam mais interessados em conhecer o novo espaço do que em realmente fazer compras, comportamento que deve se inverter com a consolidação do empreendimento e a abertura das outras lojas que complementam o mix. "O empreendimento tem tudo para crescer e, além disso, eu ofereço sapatos de várias marcas conhecidas e consigo atender todas as classes, inclusive a C e D, que, devido à ascensão, desejam consumir produtos de mais qualidade e com valor agregado maior", frisa.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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