Supermercado impõe limite para compras em Buenos Aires

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Em Buenos Aires, redes restringem venda de produtos com preço congelado

BUENOS AIRES – Mais uma vez, o fantasma do desabastecimento voltou a assombrar os consumidores argentinos. A decisão do governo Cristina Kirchner de reduzir de dez mil para apenas 500 o número de produtos cujos preços continuam congelados provocou um aumento da demanda de alguns alimentos e levou alguns supermercados a limitar suas vendas.

Segundo denunciaram meios de comunicação locais e confirmaram associações de defesa dos direitos dos consumidores, em alguns supermercados os consumidores só podem comprar, por exemplo, dois quilos de açúcar do tipo mais barato (US$ 0,53 por quilo), que está incluído na lista dos preços congelados elaborada pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.

De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal “Clarín”, em alguns bairros portenhos está ficando cada vez mais difícil conseguir açúcar, farinha, óleo de cozinha, arroz, macarrão e carne moída. Em todos os casos, os produtos que já estão sofrendo algum grau de escassez são os mais baratos e que têm seus preços congelados.

— Os alimentos com preços congelados são os mais demandados e, portanto, os que se esgotam mais rapidamente — explicou o ex-deputado Héctor Polino, presidente da ONG Consumidores Livres, que no ano passado foi suspensa do registro de associações de defesa dos consumidores por ordem de Moreno.

Cota para açúcar e arroz

Apesar da perseguição oficial, Polino continua monitorando preços em várias regiões de Buenos Aires, como faz há 18 anos. De acordo com sua pesquisa, em maio passado uma cesta de 38 produtos básicos aumentou 2,8%. O congelamento dos dez mil produtos terminou no último dia 1º de junho.

O Indec ainda não divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de maio, mas, em abril passado, a inflação oficial do país foi de apenas 0,7%. Já a medição realizada pelo governo da cidade de Buenos Aires apontou um aumento dos preços de 2%.

Os dados da ONG de Polino estão em sintonia com medições alternativas ao Indec (acusado de manipular as estatísticas oficiais argentinas) e confirmam que o congelamento de Moreno não foi 100% efetivo.

— As limitações para comprar açúcar e óleo já existiam há meses, mas agora foram racionados outros produtos, como arroz e macarrão, todos da lista de preços congelados — disse Polino.

Para ele, “o congelamento de Moreno é um fracasso, porque os poucos produtos que interessam aos consumidores já começam a faltar”.



Veículo: O Globo - RJ


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