Preço da saca de arroz deve se manter em R$ 30 durante a colheita

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Dobradinha com a soja, renegociação das dívidas e redução na produção de países vizinhos favorecem valor do grão


Depois de um período nebuloso, quando produtores de arroz amargaram preços abaixo do mínimo estipulado pelo governo federal, de R$ 25,80 a saca de 50 quilos, o horizonte aponta céu aberto para 2013 no que diz respeito a valores a serem pagos pelo produto.

De acordo com analistas e representantes do setor, fatores como a dobradinha com a soja e a renegociação das dívidas dos arrozeiros vão ajudar nos preços durante a colheita, com estimativa de que o valor se mantenha no patamar de R$ 30 a saca.

– Muito arrozeiro tinha de vender o produto na largada da safra, pelo preço que estava, para poder honrar compromissos com bancos e empresas fornecedoras dos insumos. Agora, com a opção da soja, poderá segurar o arroz, aumentando o valor – avalia o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira.

Oferta do grão vindo da Argentina e do Uruguai deverá ser reduzida

Na prática, quem opta pela rotação de cultura compartilha a ideia de que é um casamento útil para manter a renda na propriedade.

– Minha estratégia é vender o arroz um pouco de cada vez, ao longo do ano, para fazer uma média. Além disso, a soja me ajuda a manter o caixa para plantar a lavoura de arroz – conta Luiz Carlos Machado, de Santo Antônio da Patrulha.

O produtor utiliza a estratégia do plantio de soja em várzea há quatro safras. Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Renato Rocha, a renegociação das dívidas dos produtores (veja quadro) também influenciará o mercado, pois o produtor não será pressionado a vender o produto na largada da safra. Dificuldades registradas nos vizinhos Argentina e Uruguai indicam uma redução do plantio nos dois países.

– Eles estão tendo problemas com altos custos de produção, e isso deve se refletir nos preços no Brasil, pois não teremos tanta oferta vinda desses países quanto em anos anteriores – aposta Rocha.

Para o analista de mercado Tiago Sarmento Barata, da Agrotendências, devido à conjuntura, neste ano o produtor terá maior poder de influência nos preços do arroz. Afirma também que as exportações do grão no primeiro semestre vão determinar o ritmo de oferta e demanda:

– Nosso período de colheita coincide com a entressafra dos países asiáticos, o que coloca o Brasil em posição de destaque neste momento. A questão do preço dependerá muito da demanda – salienta Barata.



Veículo: Zero Hora - RS


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