Grupo EMS investe nos EUA e avalia o Aché

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O EMS, maior farmacêutica brasileira e a terceira da América Latina, vai investir em empresas que desenvolvem medicamentos inovadores nos Estados Unidos ainda nas primeiras fases, afirmou ao Valor Carlos Sanchez, presidente do conselho de administração da companhia. Além disso, o grupo pretende diversificar sua atuação, com projetos em infraestrutura, e tem interesse no Aché.

Com o investimento nos Estados Unidos, a empresa terá participação nas vendas desses remédios quando tiverem seu registros aprovados no mercado americano pelo FDA (Food and Drug Administration), agência que regulamenta a venda de medicamentos e alimentos daquele país.

Essa prática é muito comum entre as multinacionais, que fazem parcerias para desenvolvimento conjunto. É a primeira vez que uma brasileira toma essa iniciativa. "Os Estados Unidos respondem por 70% do desenvolvimento de medicamentos inovadores." Sem dar maiores detalhes, Sanchez disse que já tem fechado coinvestimentos com empresas nos EUA e analisa outras parcerias nesse mesmo sentido naquele país.

Com faturamento bruto de R$ 5,9 bilhões em 2012, a companhia quer crescer mais de 30% ao ano. Para isso, prospecta negócios no Brasil. O grupo nacional Aché é o seu alvo, embora Sanchez afirme que o preço do ativo está bem alto. "A área de prescrição médica do Aché é muito importante", disse. A Sigma Pharma, controlada pelo grupo EMS, atua nessa área. Caso concretizasse o negócio com o Aché colocaria o grupo entre as maiores da América Latina. Uma fusão entre as duas empresas também poderia ser negociada, mas não há nada de concreto no momento.

Rei dos genéricos, Sanchez enxerga longe. O empresário, que assumiu os negócios de seu pai aos 26 anos, quer tornar o EMS a primeira multinacional farmacêutica brasileira. O empresário não tem planos de ir à bolsa e não quer vender o controle da empresa. No mercado, no entanto, as apostas são de que uma das controladas do grupo, casos da Germed, Legrand, Sigma Pharma e Nova Química, todas produtoras de medicamentos, pode abrir o capital. "Assumi os negócios do meu pai, que começou com uma pequena farmácia em Santo André, e teve uma morte prematura. Minha mãe era uma operária. Tiveram uma vida humilde", disse, ao contar a trajetória do grupo fundado há 49 anos.

Para os próximos cinco anos, a divisão farmacêutica do grupo deverá responder por 50% dos negócios da companhia. Os outros 50% virão de outros setores, que incluem incorporações imobiliárias, concessões de rodovias e negócios que ainda serão prospectados. A família Sanchez tem participação em diversas áreas de negócios por meio de sua "family office".

Ontem, o grupo inaugurou oficialmente sua fábrica de embalagens de medicamentos sólidos em Hortolândia (SP), com capacidade para produzir 76 milhões de unidades por mês, em um investimento de R$ 150 milhões. Autoridades do governo, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, estiverem presentes. Até 2014, serão aportados pelo grupo R$ 600 milhões para construir uma fábrica de hormônios e produtos oncológicos em Brasília, uma unidade produtora de medicamentos em Manaus (AM), e outra em Jaguariúna (SP), voltada para suplementos alimentares. A capacidade da companhia atingirá 1 bilhão de unidades de medicamentos por ano até 2015.

Conhecida por sua produção voltada para genéricos - a EMS foi a primeira companhia a colocar no mercado brasileiro a versão genérica do Viagra (combate disfunção erétil), cuja patente pertence à americana Pfizer, o grupo está fazendo suas apostas em medicamentos inovadores, considerados o futuro do setor farmacêutico. O centro de pesquisa e desenvolvimento do grupo, um dos maiores da América Latina, tem em seu pipeline dez medicamentos inovadores em desenvolvimento no segmento de prescrição médica.



Veículo: Valor Econômico


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