Hambúrguer e salada revelam de onde vêm

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Fotografar o seu sanduíche e saber de onde vieram os ingredientes. Ou conhecer, pela internet, a fazenda que deu origem à carne que você acabou de comprar.

O McDonald's lançou, na Austrália, aplicativo gratuito para iPhone que permite aos clientes rastrear a origem dos ingredientes de lanches clássicos da rede, como Big Mac.

O GPS do telefone identifica em que loja da rede o cliente está e, por meio da foto, o app identifica o que o cliente está comendo, data e hora.

As informações são cruzadas com os dados da cadeia de fornecedores da rede e, segundos depois, uma animação mostra quem plantou a alface ou forneceu a carne que está em frente ao cliente.

Na próxima quinta-feira (14), o McDonald's lança campanha semelhante na América Latina. Mas, em vez de fotografar o sanduíche, o consumidor será convidado, por meio de filmes na TV e redes sociais, a visitar um site para conhecer a origem dos produtos.

Nesse site, três filmes mostrarão de onde vêm a alface, a carne bovina e as batatas, com depoimentos de fornecedores da rede de fast-food.

"Queremos desmitificar a ideia de que ser restaurante de comida rápida implica em má qualidade da matéria-prima", diz Roberto Gnypek, diretor de marketing da Arcos Dourados, que opera a marca McDonald's no Brasil.

O tema "real food" (ou "comida de verdade"), que também motivou a ação na Austrália, é trabalhado pela marca globalmente, diz ele.

Gnypek diz que cresce a preocupação entre clientes sobre a origem dos alimentos e seus impactos no ambiente, embora ele reconheça que isso ainda não é prioridade para a maioria. O objetivo da campanha é aproximar o cliente do campo.

Nesse sentido, a ação se alinha ao movimento reforçado pela rede americana na última década, de se mostrar comprometida com uma alimentação balanceada e um estilo de vida saudável.

Na década passada, quando o McDonald's passou a diversificar o cardápio --vendendo maçã e água de coco, por exemplo-- e informar nas embalagens os valores nutricionais dos produtos, foi mote do documentário "Super Size Me" (2004), de Morgan Spurlock, em que ele passou 30 dias comendo apenas nas lojas da rede.

De grande repercussão, o filme criticou a rede e questionou a qualidade de lanches.

RASTREABILIDADE

A tentativa de aproximar o cliente do campo, o tema da campanha do McDonald's, não é novidade no Brasil.

As redes de varejo Pão de Açúcar e Carrefour oferecem programas que permitem a rastreabilidade de alimentos vendidos, como a carne bovina, por meio de aplicativos no celular ou pela web --basta ter o código do produto.

Esse serviço, concebido para garantir a qualidade da carne consumida, só é possível porque o sistema foi desenvolvido pelas redes.

Legalmente, não é exigida a rastreabilidade de bovinos no Brasil. Um sistema único de rastreabilidade, no entanto, deve ser adotado no país.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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