Venda de genéricos sobe 30% até novembro

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A comercialização de medicamentos genéricos no país atingiu 621,4 milhões de unidades (caixas) no acumulado do ano até novembro, um crescimento de 19% sobre igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Em receita, as vendas totalizaram R$ 10,2 bilhões, aumento de 29% em relação aos 11 meses de 2011.

De janeiro a novembro, a venda total de medicamentos, incluindo os de referência, similares e genéricos, alcançou 2,371 bilhões de unidades (caixas) no acumulado, alta de 12% sobre igual período do ano passado, de acordo com dados da consultoria IMS Health. O faturamento do setor no período somou R$ 45,5 bilhões, aumento de 12% em relação aos 11 meses de 2011. Os valores até novembro deste ano já superaram as vendas de 2011, que encerraram R$ 42,8 bilhões. Vale lembrar que o IMS audita a receita bruta, sem as taxas de descontos concedidas pelos laboratórios.

As indústrias farmacêuticas foram uma das poucas que passaram longe da crise financeira global desencadeada em 2008, com expansão acima de dois dígitos, mas nos últimos meses começaram a sentir o impacto do desaquecimento da economia, com desaceleração das vendas. Para 2013, o setor está preocupado com a pressão dos custos. "As margens serão apertadas", afirmou ao Valor Telma Salles, presidente da Pró Genéricos.

De acordo com Telma, as taxas de descontos sobre os medicamentos genéricos que ficam, em média, em 50%, deverão ser menores a partir do próximo ano, considerando que os custos do setor, sobretudo com mão de obra, cresceram.

A participação dos medicamentos genéricos em unidades até novembro alcançou 26%. O setor busca superar 50% nos próximos anos, desempenho que já ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos. A Pró Genéricos estima chegar a 30% no fim de 2013. "Vamos trabalhar para que o acesso aos medicamentos aumente a partir de políticas públicas", disse Telma.

O baixo crescimento da economia brasileira este ano acendeu um sinal de alerta no setor, que tem suas vendas respaldadas pela renda da população. Em alguns meses deste ano, a comercialização de medicamentos em volume deu sinais de desaquecimento.

Em 2012, as farmacêuticas produtoras de genéricos foram as que mais atraíram operações de fusões e aquisições no país, sobretudo de multinacionais. Os múltiplos pagos por ativos farmacêuticos neste ano superaram em 20 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) - no mercado internacional os preços pagos pelos mesmos ativos giram em torno de sete a oito vezes o Ebtida. Um dos principais negócios do ano foi a aquisição do laboratório nacional Multilab pela multinacional japonesa Takeda, que quer expandir em genéricos em países emergentes.



Veículo: Valor Econômico


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