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Governo federal amplia a alíquota de importação sobre matéria-prima e produtos estrangeiros


O governo federal anunciou, ontem, que vai aumentar as alíquotas de importação de 100 produtos sob o pretexto de proteger a indústria nacional. Na prática, a medida representa aumento de preços para os consumidores finais de pneus e de qualquer produto que seja embalado a plástico.

Santa Catarina importa 98 dos 100 produtos que terão a alíquota reajustada, o que representou, em 2011, US$ 1,8 bilhão. Até julho deste ano, foram US$ 986 milhões, o equivalente a 12% de tudo o que o Estado importou no período.

A medida começa a vigorar dentro de 15 dias. Pelas regras da Organização Mundial do Comércio, o teto para elevação das alíquotas é de 35%, porém, na lista o maior percentual é de 25%. A elevação tarifária pode ser adotada por 12 meses, prorrogáveis por igual período.

Segundo o diretor da Federação das Indústrias (Fiesc), Henry Quaresma, alguns setores serão beneficiados e outros prejudicados. No caso da indústria de calçados, o impacto pode ser negativo, já que usa cabedais importados. A indústria têxtil importa fios que terão alta na alíquota, mas grande parte dos produtos apenas entra pelos portos do Estado e vai para São Paulo.

No caso específico do plástico, segundo o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Material Plástico de Santa Catarina, Vernon Campos, o impacto ocorrerá em todos os produtos que usam embalagens deste material, já que o imposto vai encarecer a matéria-prima plástica.

– Alimentos, bebidas, medicamentos, construção civil. Tudo o que usar plástico pode ter os preços aumentados, afinal a alíquota era de 16%, recentemente aumentou para 20% e agora vai para 25% – explica.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Metalurgia de Jaraguá do Sul, Célio Bayer, o Estado tem empresas laminadoras que podem se beneficiar da medida, ganhando capacidade de competição com as chapas de metal importadas.

– Nosso problema mais grave é a falta de competitividade do produto interno – afirma.

No caso dos pneus, o aumento para o consumidor é certo, diz o vendedor Gilnei de Oliveira. Segundo ele, 80% dos pneus vendidos no país são importados, e, em geral, mais baratos do que os nacionais. E os fornecedores já acenam com reajuste nos preços.

– O que nos preocupa é que a indústria nacional não tem produção suficiente para abastecer o mercado interno. Ela é capaz de suprir apenas 40% da frota circulante atual.



Veículo: Jornal de Santa Catarina


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