Rússia adere a órgão regulador do comércio

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Ingresso na OMC do país, que é o 2º maior exportador de petróleo, é confirmado depois de 19 anos de negociação

Acordo estabelece que Moscou reduzirá protecionismo aos poucos, sem prejuízo de setores sensíveis

Depois de 19 anos de negociações, a Rússia finalmente se tornou ontem o 156º integrante da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Moscou era a única grande potência econômica que não pertencia à instituição que regula o comércio global.

O governo de Vladimir Putin espera, com a adesão, ganhar novo impulso econômico, a exemplo do que ocorreu quando a China aceitou participar da OMC, em 2001.

Segundo estimativas do Banco Mundial, o país deve ter ganhos de 3,3% ao ano, cerca de US$ 49 bilhões (R$ 98,8 bilhões), em seu PIB (Produto Interno Bruto) no médio prazo por se sujeitar a maior competição e abertura a investimentos externos.

A longo prazo, o benefício pode chegar a 11% ao ano para a economia local. Em troca, a Rússia precisará efetuar reformas para reduzir o protecionismo.

Contudo, o acordo com a OMC estipula que isso será feito paulatinamente, preservando os interesses de setores que poderiam sofrer com a competição internacional, como o automotivo.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo e lidera as vendas internacionais no setor de gás natural.

Uma das principais medidas é a redução de tarifas aplicadas a produtos estrangeiros, hoje em média de 11,7%, para 7,8%.

Para a OMC, o ingresso da Rússia demonstra que a entidade ainda tem relevância no cenário internacional, apesar das desconfianças suscitadas pela suspensão da Rodada Doha de liberalização do comércio. O comissário de comércio da União Europeia, Karel de Gucht, celebrou a inclusão da Rússia na OMC.

"Isso facilitará investimentos e negócios, ajudará a acelerar a modernização da economia do país e oferecerá muitas oportunidades comerciais para empresas russas e europeias. Creio que a Rússia cumprirá as regras e práticas comerciais internacionais com as quais se comprometeu", afirmou de Gucht.

O ingresso da Rússia na organização ainda não beneficiará as empresas dos Estados Unidos, por conta de legislação do período da Guerra Fria que impede relações comerciais normais entre os dois países.

O presidente da Câmara de Comércio dos EUA, Thomas J. Donohue, pediu ontem que o Congresso aprove uma medida para estabelecer de forma permanente as relações comerciais com a Rússia, dizendo que o país pode negar benefícios aos americanos enquanto isso não ocorrer.



Veículo: Folha de S.Paulo


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