Alimentação puxa lucro dos shoppings

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Dados da Abrasce indicam que as vendas de alimentos prontos aumentaram 13,97% no ano passado.

As praças de alimentação dos shopping centers vêm crescendo de importância ano a ano, seguindo de perto a expansão do setor de alimentação fora do lar verificado no Brasil. De maneira geral, lanchonetes, cafés, restaurantes, sorveterias e estabelecimentos do tipo representam 10% do faturamento dos shoppings, com tendência a ficarem ainda mais importantes.

Os dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) indicam que as vendas de alimentos prontos aumentaram 13,97% no passado em relação a 2010 e continuam com demanda crescente.  o que vem acontecendo em Minas Gerais, onde as praças de alimentação dos shoppings funcionam como verdadeiras lojas âncoras que atraem consumidores e ajudam a alavancar as vendas de todos os outros setores.

No Shopping Del Rey, região Noroeste, a área de alimentação foi a que mais cresceu em 2011, com um aumento de 19% nas vendas, ficando à frente de outros setores fortes como vestuário, artigos para o lar, conveniência e serviços. Este ano, o segmento foi o que apresentou o maior peso no faturamento do shopping, com 10% de participação, segundo informa o gerente de Marketing do Del Rey, Fábio Amorim, graças às famílias que cada vez mais freqüentam o local. "53% da nossa clientela têm filhos", destaca Amorim.

Das 181 lojas do shopping, 26 são de alimentação, mas se houvesse disponibilidade a expansão seria muito bem-vinda, pois a demanda continua crescente, garante o gerente. "Estamos com 100% de nossas unidades locadas, mas no setor de alimentação a demanda já está maior do que a oferta", completa.


Sem crise - O mesmo acontece no Shopping Cidade, que está com as praças de alimentação sempre cheias. "Alimentação é um setor que não se abala com crises", lembra Carolina Vaz, gerente de Marketing do mall, ressaltando que no Cidade esse setor é responsável por 15,95% do faturamento. No horário do almoço quem passa por lá são as pessoas que trabalham no centro. À noite é a vez dos moradores das imediações.

E a demanda vem crescendo há muitos anos, a tal ponto que em 2010 o shopping ganhou uma nova praça de alimentação, a terceira do local, para suprir uma necessidade há muito captada pelos administradores: a presença de restaurantes gourmet que antes não existiam por ali. Hoje, não são apenas as opções de refeições rápidas que fazem sucesso nos mall, há demanda para restaurantes e espaços mais reservados.

O BH Shopping passou pela mesma experiência do Cidade e resolveu o problema com a expansão de 2010, que incluiu a instalação de restaurantes gourmet em um piso, mantendo o fast food em outro andar. "Nós buscamos atender a demanda de parte dos consumidores, gente que buscava privacidade e menos correria durante as refeições, empresas, grupos de trabalho ou famílias", explica Renato Tavares, gerente de Marketing do BH Shopping, que não informa o peso do setor alimentação no faturamento global, mas garante que o crescimento é contínuo. Hoje, o BH tem 40 estabelecimentos que trabalham com alimentação.

E para shoppings que não possuem lojas âncoras, como o Diamond Mall, oferecer boas opções nas praças de alimentação é ainda mais importante. Das 204 operações do Diamond, 27 são voltadas para a venda de bebidas e comidas, segundo Flávia Louzada, gerente de Marketing.

"Não temos lojas âncoras para chamar os consumidores, são nossas praças de alimentação que fazem a vez delas", explica. E o local tem uma característica, 63% dos freqüentadores passam por lá pelo menos uma vez por semana, muitos para almoçar no intervalo do trabalho, mas à noite e nos finais de semana são os vizinhos moradores que ocupam mesas e cadeiras das duas praças de alimentação.

 assim também no interior. No Sete Lagoas Lagoas Shopping as praças de alimentação, uma interna voltada para a família e outra do lado de fora, com programação mais noturna e perfil de bar estão sempre movimentadas, o setor é responsável por 12% das vendas gerais do mall.

"Nós viramos um destino na cidade, uma opção que antes os moradores não tinham", explica a gerente de Marketing Andréa Fernandes. Já o Independência Shopping, de Juiz de Fora, possui atualmente 26 operações de alimentação, o que representa quase 15% do total do mall. Além das tradicionais franquias do mercado alimentício, a praça de alimentação do mall tem lojas exclusivas da cidade, por isso virou referência de lazer para Juiz de Fora e as cidades vizinhas, além de um chamariz para as vitrines das outras lojas.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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