Pela primeira vez, mercado projeta inflação acima do teto da meta em 2016

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                                                        Divulgada nesta segunda-feira, estimativa para o IPCA subiu de 6,50% para 6,64%.

A projeção de instituições financeiras para a inflação em 2016 ultrapassou pela primeira vez o limite da meta. Na 16ª alta consecutiva, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 6,50% — teto da meta de inflação — para 6,64%. Essa avaliação faz parte de pesquisa semanal feita pela Banco Central (BC) com instituições financeiras.

Para este ano, a estimativa subiu pela 10ª vez seguida, ao passar de 10,04% para 10,33%. O BC abandonou o objetivo de alcançar o centro da meta (4,5%) em 2016. Devido às indefinições e alterações na política fiscal do governo, a instituição espera que a inflação fique na meta somente em 2017. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC diz que as indefinições e alterações significativas na meta fiscal mudam as expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico.

Antes de adiar o objetivo de levar a inflação ao centro da meta, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de setembro e de outubro, o comitê optou por manter a taxa em 14,25% ao ano. A expectativa das instituições financeiras para a última reunião do Copom deste ano, marcada para terça e quarta-feira, é de manutenção da Selic no atual patamar.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para os demais índices de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

A pesquisa do Banco Central também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,54% para 10,90% neste ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 10,26% para 10,38% em 2015. Já a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 10,26% para 10,32% neste ano.

A projeção para a alta dos preços administrados passou de 17% para 17,43% neste ano e segue em 7% em 2016.

A inflação alta vem acompanhada de encolhimento da economia. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país neste ano, chegou a 3,15%, contra 3,10% previstos na semana passada. Para 2016, a projeção de retração passou de 2% para 2,01% no sétimo ajuste consecutivo.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 7,5% neste ano e de 2% em 2016.

A projeção para o dólar, por sua vez, passou de R$ 3,96 para R$ 3,95 ao final deste ano e permanece em R$ 4,20 no fim de 2016.

 



Veículo: Jornal Zero Hora - RS


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