Agronegócio ainda não foi afetado

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A redução do ritmo de crescimento da economia da China ainda não causou impactos negativos nos embarques do agronegócio de Minas Gerais, mas os produtores estão receosos em relação ao futuro das negociações com o país asiático. A tendência é que a demanda continue em crescimento, mas em ritmo mais lento que o observado em anos anteriores, o que poderá provocar aumento da oferta de produtos no mercado, principalmente do complexo soja e, consequentemente, queda nos preços.

De acordo com a coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Aline Veloso, pela China ser importante parceiro comercial do Brasil, qualquer interferência na economia do país causa impacto nos resultados nacional.

"A China é um dos principais parceiros do Brasil em vários produtos, inclusive no agronegócio. Estamos, no Brasil, com safra recorde de 96,7 milhões de toneladas de soja e o maior volume será destinado ao mercado chinês, que na média dos últimos três anos adquiriu 70% da nossa produção. Minas Gerais, por sua vez, produz 3,5 milhões de toneladas da oleaginosa e, nos primeiros sete meses do ano, exportamos um total de 1,7 milhão de toneladas, só para a China foram 1,3 milhão de toneladas. Isso mostra que dependemos muito da China e qualquer interferência na economia do país influencia no nosso mercado", avaliou.

"Se olharmos a movimentação de faturamento gerado com os embarques para a China, vamos perceber que em 2014 a média mensal foi de US$ 80 milhões e em 2015 o valor está em US$ 97,14 milhões por mês. Com isso, verifica-se que ainda não houve impacto no embarque de produtos. Percebemos também o início do ingresso do café no mercado da China, o que é muito interessante apesar de ainda não ter um peso muito significativo", avaliou o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, João Ricardo Albanez.

Preocupação - Ainda segundo Albanez, o menor crescimento da China causa preocupação porque todas as economias podem ser atingidas, mas é preciso considerar que o nível de crescimento ainda é expressivo. "Se o PIB da China crescer cerca de 5% ainda é positivo, tendo em vista que Brasil deve recuar".

Para a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Andreia Adami, a tendência é que a demanda dos chineses pelos produtos do complexo soja continue em crescimento, porém em ritmo mais lento. A necessidade de alimentar a população é o fator que sustentará os embarques. "A economia da China crescia em ritmo acelerado e a demanda por alimentos acompanhava. No atual momento, em que a economia cresce em ritmo mais lento, a demanda pela soja é maior no que se refere ao volume, porém, como a oferta no mercado mundial é grande, devido as safras recordes do Brasil e dos Estados Unidos, os preços estão em queda".

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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