Minas na expectativa de exportar carne bovina para a China

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Reabertura do mercado asiático anima os pecuaristas



A reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira, anunciada na quinta-feira pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), trouxe otimismo ao setor em Minas Gerais. Apesar de nenhuma das primeiras nove unidades autorizadas estarem localizadas no Estado, Minas poderá entrar em futuras listas de estabelecimentos habilitados, disse o assessor técnico de Pecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira.

Ele observou que Minas tem um grande número de frigoríficos, entre eles de grandes grupos do setor. "Temos 31 unidades com Serviço de Inspeção Federal (SIF). Somente no Triângulo Mineiro, são nove e de grandes grupos, como JBS e Marfrig. Tenho certeza de que eles vão solicitar o quanto antes as autorizações para exportar para aquele país", afirmou Oliveira.

Segundo ele, Minas Gerais tem o segundo maior rebanho efetivo de bovinos do Brasil, com 24 milhões de cabeças, o que corresponde a 11,5% do total nacional, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a junho, o Estado exportou US$ 11,7 milhões em carne bovina, alta de 3,20%, e 4,2 mil toneladas em volume, acréscimo de 1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Ainda conforme o assessor técnico da Seapa, o reflexo da abertura do mercado chinês, em âmbito nacional, impulsionará não somente as exportações, como também o mercado interno, com melhores preços aos pecuaristas.


Desembargo - O governo chinês concordou em habilitar nove plantas brasileiras para exportação. A estimativa do Ministério da Agricultura é de que o país asiático compre até US$ 1 bilhão de produtos brasileiros em 2015.

A China havia suspendido a compra de carne bovina do Brasil em 2012 em função de caso atípico de vaca louca no Paraná. Desde então, o mercado chinês vinha sendo abastecido via Hong Kong, que tem sido um entreposto na Ásia. Não à toa, Hong Kong foi responsável por parte desse crescimento, ao lado da Rússia. O ministro da Agricultura, Neri Geller, considerou que as exportações para Hong Kong podem cair, agora que o Brasil vai exportar diretamente para a China.

As exportações de carne bovina brasileira somaram 762 mil toneladas no primeiro semestre de 2014, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). A remessa ao exterior cresceu 12,7% em relação às 675,7 mil toneladas do intervalo janeiro-junho de 2013. Em receita, o crescimento foi de 13,3%, atingindo US$ 3,404 bilhões, contra US$ 3,004 bilhões do ano passado.


Suínos - A expectativa de melhorias para o mercado interno por conta do crescimento nas exportações para a China também é grande entre os suinocultores mineiros. Conforme já publicado, o consumo de carne suína no país asiático deve crescer em função da queda da inflação. Outro fator que pode alavancar as importações chinesas do produto é a redução da produção de suínos nos Estados Unidos - importante exportador de carne para a China -, devido à ocorrência da diarreia epidêmica suína no plantel norte-americano.

Dessa forma, os grandes exportadores brasileiros - Rio Grande do Sul e Santa Catarina - devem vender mais para a China, abrindo mais espaço para o produto mineiro no mercado interno, segundo avaliação do vice-presidente da Associação dos Suinocutores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna.

Segundo ele, o Estado mineiro também poderá exportar mais para o país asiático, apesar de Minas não comercializar o produto direto com a China. A carne suína também é vendida ao país através de Hong Kong, que funciona como uma espécie de entreposto, recebendo a carne de porco mineira e repassando para outras regiões da China. (DA REDAÇÃO e AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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