Alta do dólar favorece vinícolas brasileiras

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A alta carga tributária, entretanto, continua sendo um dos problemas para o desenvolvimento desse setor, de acordo com o coordenador do Comitê do Vinho da Federação do Comércio de SP

 



A valorização do dólar ante o real tem beneficiado as vinícolas brasileiras frente aos importados. Representantes do setor ouvidos pelo DCI esperam um aumento de 10% nas vendas em 2015 quando comparadas ao ano passado. "O dólar alto tem um impacto positivo, porque o vinho de fora vem com um preço mais caro", afirma a gerente de marketing da Vinícola Aurora, Lourdes Conci.

De acordo com o gerente de marketing do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, no primeiro bimestre de 2015 as vendas de espumante cresceram 15% enquanto no segmento de vinho moscatel (variedade de uva) houve avanço de 31%. Bertolini observa, entretanto, que a indústria de vinhos tem como desafio explorar o potencial do mercado brasileiro, já que o consumo per capita ainda é muito pequeno se comparação com outros países. "Aqui são apenas dois litros por ano. No Uruguai são 22 litros por ano e na Argentina, 27. Nosso principal objetivo é aumentar esse consumo".

Fátima Salton, integrante do conselho da Salton, defende que o mercado brasileiro de vinho tinto deveria ser mais reconhecido. "Em termos de espumante, nós da Salton estamos consolidados, praticamente nem temos concorrente, mas o vinho tinto nacional ainda sofre preconceito. O consumidor pensa: pelo mesmo preço vou levar o chileno", avalia ela.

Outro entrave é a alta carga tributaria, de acordo com o coordenador do Comitê do Vinho da Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP), Didú Russo. Segundo ele, os impostos representam em média 63,84% do preço dos vinhos nacionais e 83,84% dos vinhos importados. O setor como um todo paga cerca de 20 tipos de impostos por produto.

Na opinião do advogado especialista em tributação de vinhos, Alexandre Venturini, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é a maior barreira. "Em São Paulo a alíquota é de 25%. Não vejo perspectiva para essas taxas abaixarem. O vinho é visto como bebida de elite porque muitas vezes o preço é alto por conta dos tributos", disse.

Russo acredita que, devido aos impostos, a bebida é cara para a realidade de muitos brasileiros. "O vinho ainda é visto como um produto nobre, mas por conta desses muitos impostos. Um vinho considerado barato custa na faixa de R$ 25 a R$ 30. Na Inglaterra, por exemplo, a faixa de vinhos mais vendida é a que custa 6 libras."



Veículo: DCI


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